Brasil recebe parlamentares do Uruguai, Paraguai e Peru para fortalecer resposta à tuberculose nas Américas

O Ministério da Saúde recebeu uma comitiva de parlamentares do Uruguai, Paraguai e Peru, todos integrantes da Frente Parlamentar da Tuberculose das Américas. O encontro, realizado nesta terça-feira (26), em Brasília, marcou mais um passo na articulação regional para acelerar o cumprimento das metas globais e nacionais de eliminação da tuberculose como problema de saúde pública até 2030.

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O Brasil, que registra cerca de 85 mil novos diagnósticos de tuberculose e seis mil mortes anuais, concentra um terço dos casos de tuberculose das Américas. É considerado país prioritário pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o enfrentamento da doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece prevenção, diagnóstico e tratamento da tuberculose. Associada a desigualdades sociais, pobreza e estigma, a doença continua sendo um grave problema de saúde pública, afetando principalmente populações vulneráveis, como pessoas em situação de rua, privadas de liberdade, indígenas e migrantes.

Participaram do encontro o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs (Dathi/SVSA/MS), Draurio Barreira, a coordenadora-geral da Vigilância da Tuberculose (CGTM/Dathi/SVSA/MS), Fernanda Dockhorn, entre outros representantes do Ministério da Saúde.

Dos países vizinhos, estiveram presentes os deputados Pastor Alberto Vera Bejarano (Paraguai), Susel Ana María Paredes Piqué (Peru) e Luis Enrique Gallo Cantera (Uruguai), além de representantes da sociedade civil organizada e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Segundo Fernanda Dockhorn, a tuberculose possui forte determinação social e, mesmo com tratamento gratuito pelo SUS, adoecer gera um impacto social e econômico significativo.

“A resposta à tuberculose é uma questão de justiça social. Sabemos que a pobreza, a insegurança alimentar e a falta de moradia são fatores que colocam as populações em situação de vulnerabilidade sob maior risco de adoecimento e morte. Por isso, nossa atuação precisa ser abrangente, abordando essas determinações sociais para garantir um cuidado integral e equitativo para todos.”

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Na pauta do encontro, foram discutidos o fortalecimento do Programa Brasil Saudável – Unir para Cuidar, lançado em 2024, e a ampliação de investimentos no enfrentamento da tuberculose. O Ministério da Saúde fornece um incentivo de R$ 100 milhões anuais destinados a estados e municípios para ações de vigilância, prevenção e controle da doença.

Além disso, foram destacadas iniciativas de inovação tecnológica, como o uso de raio-X portátil, softwares de inteligência artificial para rastreamento de casos e o esquema encurtado de tratamento preventivo 1HP (utilizando os medicamentos rifapentina e isoniazida, tomados diariamente por 1 mês).

De acordo com Draurio Barreira, a troca de experiências regionais é fundamental para acelerar a resposta à tuberculose, especialmente em países de alta carga como o Brasil e o Peru.

“A visita reforça o papel de liderança brasileira, não apenas no campo da saúde pública, mas também na articulação política internacional, consolidando compromissos com a estratégia End TB da OMS e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).”

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