Trump sinaliza abertura a Lula para negociar tarifas: “Pode ligar quando quiser”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na sexta-feira (1º) que Luiz Inácio Lula da Silva pode contatá-lo “a qualquer momento” para discutir as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. A declaração, feita no jardim da Casa Branca a jornalistas, surgiu como resposta direta aos questionamentos sobre a possibilidade de diálogo entre os líderes.

Trump reforçou sua postura com a frase “Ele pode falar comigo quando quiser” e elogiou o povo brasileiro, mas criticou indiretamente a gestão atual ao afirmar que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”.

Horas depois, o presidente Lula reagiu em redes sociais, enfatizando que “sempre estivemos abertos ao diálogo” e reafirmando que “quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o gesto de Trump como “ótimo” e confirmou que a reciprocidade brasileira é válida, Haddad adiantou que preparará uma reunião com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima semana para pavimentar negociações.

Este movimento diplomático ocorre três dias após Trump oficializar as tarifas de 50% sobre importações brasileiras, medida que justificou como “emergência nacional” devido a políticas que “prejudicam empresas dos EUA”. Apesar do impacto econômico, cerca de 700 produtos foram isentos da sobretaxa, incluindo aviões, celulose e suco de laranja, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, essa isenção poupa 44,6% das exportações brasileiras aos EUA, embora 35,9% das vendas do Brasil ainda estejam sob risco.

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A tensão entre os países se agravou com as sanções dos EUA ao ministro do STF Alexandre de Moraes, acusado de “suprimir liberdade de expressão”, ação que Trump vinculou explicitamente à defesa de seu aliado Jair Bolsonaro. Especialistas alertam que qualquer contato direto entre os presidentes exige “muita preparação”, segundo fontes do Itamaraty, para evitar exposição diplomática. Auxiliares de Lula estudam um encontro bilateral durante a Assembleia Geral da ONU em setembro, ainda considerado uma “hipótese”.

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