O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou como “terrível” a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em declarações à imprensa, nesta quinta-feira (11), ele afirmou estar “muito insatisfeito” com a decisão e comparou o caso do ex-presidente brasileiro com os processos judiciais que enfrentou em seu país.
LEIA TAMBÉM: Condenação de Bolsonaro: dúvidas sobre prisão, recursos e inelegibilidade
“Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo. […] Eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem. Acho que é uma coisa terrível, muito ruim para o Brasil”, disse Trump antes de embarcar no helicóptero Marine One rumo a Nova York, onde acompanharia um jogo de beisebol.
O secretário de Estado, Marco Rubio, também reagiu, prometendo uma resposta à decisão da Suprema Corte brasileira. Em publicação na rede social X, ele acusou o STF de perseguição política e atacou o ministro Alexandre de Moraes:
“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam. […] Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”, escreveu.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Itamaraty reage à ameaça norte-americana
O Ministério das Relações Exteriores respondeu com firmeza, classificando as falas de Rubio como uma ameaça à soberania nacional.
“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano não intimidarão a nossa democracia”, afirmou o Itamaraty, em nota oficial.
O órgão ressaltou que o Brasil continuará defendendo suas instituições de qualquer “tentativa de interferência”.
Próximos passos de Trump
Além do tom crítico, o presidente norte-americano já sinalizou medidas práticas. Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificando em parte pela “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Também determinou uma investigação comercial contra o país por supostas práticas desleais.
Agora, diante da condenação, a expectativa é que novas retaliações sejam anunciadas, em linha com a promessa de Rubio e com declarações recentes da Casa Branca, que chegou a cogitar “usar meios militares para proteger a liberdade de expressão no mundo”.