Usando o álibi de estar em férias em Miami andando de moto aquática e se divertindo na Disneylândia com a turma do Mickey, Bolsonaro ironiza tentativa de Golpe de Estado.
LEIA TAMBÉM: Fraude no INSS: 473,9 mil aposentados e pensionistas não reconheceram descontos
Após se tornar réu em denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República e ser intimado dentro da Unidade de terapia intensiva onde era assistido por uma equipe médica após um procedimento de laparotomia, Bolsonaro apresentou sua defesa no início do mês e ironizou:
“Um golpe de Estado da Disneylândia, sem armas, sem um plano, e enquanto ele estava em Orlando, provavelmente debatendo estratégias com o Pateta e recebendo conselhos de segurança nacional com o Mickey Mouse”.
Cenas semelhantes já foram protagonizadas pelo 03, Eduardo Bolsonaro, onde em suas redes socias também compartilhou diversas fotos do pai na Flórida.
Em entrevista nesta sexta-feira (16) ao canal do YouTube AuriVerde Brasil, Jair Bolsonaro, oscilando entre o seu autoritarismo e o medo de ser preso, voltou a esbravejar, se lamentou, se vitimizou e se justificou, já prevendo o seu futuro atrás das grades:
“Não sei até quando vou resistir, vou morrer, não vai demorar”
Aos 70 anos, Bolsonaro chegou a dizer que, caso venha a ser condenado a décadas de prisão, passará o resto da vida atrás das grades.
“Com a idade que tenho e com a chance real de pegar até 40 anos de cadeia, não tenho mais saída. Vou morrer na prisão”.
“Me prendam. Tenho 70 anos, quase morri numa cirurgia. Não sei até quando vou resistir”
Em um tom de desiquilíbrio (ou alucinação) Bolsonaro investiu e insistiu na retórica de que é alvo de perseguição política, especialmente por parte do Supremo Tribunal Federal, citando a recente perda de mandato e a prisão de Carla Zambelli (PL-SP) – condenada por falsidade ideológica e por envolvimento na invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, junto com o Hacker de Araraquara – e a investigação do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ambos fazem parte de inquéritos ligados à disseminação de Fake news e à tentativa de desestabilizar instituições democráticas.
Durante a entrevista, além de alegar perseguição política, Bolsonaro, tentou se desvincular dos atos antidemocráticos de 08 de janeiro, alegando estar nos Estados Unidos nesta época. Contudo, os fatos apontados nas investigações da Polícia Federal e pelo STF, comprovam que mesmo não estando em presença física no Brasil, fazia a articulação como líder da quadrilha no exterior.