Tarcísio adia ida a Brasília por anistia e pede para visitar Bolsonaro

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu adiar a viagem que faria a Brasília nesta semana, onde trataria da articulação pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

A mudança na agenda veio acompanhada de outro movimento político: o pedido ao Supremo Tribunal Federal para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar na capital federal.

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O ministro Alexandre de Moraes autorizou a visita, marcada para o dia 29 de setembro, das 9h às 18h, mediante inspeção dos veículos e respeito às normas legais. O gesto reforça a proximidade de Tarcísio com o ex-presidente e sinaliza seu alinhamento às principais bandeiras da direita, em um momento em que o debate sobre anistia ganha força no Congresso.

Nos últimos meses, Tarcísio tem se colocado como uma das vozes mais ativas em defesa de uma anistia “ampla, geral e irrestrita”. A proposta, no entanto, divide o cenário político: enquanto parte da oposição a trata como indispensável para “pacificar o país”, setores do governo e juristas alertam que a medida pode enfraquecer a responsabilização de crimes contra a democracia.

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O pedido de visita a Bolsonaro também tem forte carga simbólica. Além de aproximar Tarcísio do eleitorado bolsonarista, a iniciativa reafirma sua posição como herdeiro natural do espaço político deixado pelo ex-presidente, que se mantém inelegível. A movimentação é vista como ensaio para a corrida presidencial de 2026, onde o governador paulista desponta como possível candidato competitivo.

Por outro lado, há riscos. O excesso de alinhamento a Bolsonaro pode restringir a capacidade de Tarcísio dialogar com setores mais moderados do eleitorado, essenciais em uma disputa nacional. Além disso, o foco na anistia contrasta com as demandas internas de São Paulo, que enfrentam problemas de segurança pública e transporte, cobrados pela população.

Com a visita autorizada e a pressão pela anistia em andamento, Tarcísio consolida sua estratégia de ocupar o centro do debate político da direita. A forma como esse movimento será recebido pela opinião pública e pelos aliados no Congresso pode definir o tom de sua projeção nacional nos próximos meses.

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