O Senado Federal está prestes a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação financeira dos Correios, uma das estatais mais antigas do país. O pedido, liderado pelo senador Márcio Bittar (União Brasil-AC), já conta com o apoio de 33 parlamentares, número acima do mínimo necessário para a abertura da investigação.
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O principal motivo da criação da CPI é o rombo bilionário registrado em 2024, quando os Correios acumularam mais de R$ 3 bilhões em prejuízo — o pior desempenho financeiro da história da empresa. Em janeiro de 2025, a estatal apresentou um novo déficit de R$ 500 milhões, intensificando a pressão por transparência.
Entre os principais alvos da comissão estão denúncias de má administração, gastos excessivos com cargos de alto escalão, possível aparelhamento político e falhas operacionais que vêm impactando a qualidade dos serviços prestados à população.
O atual presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, nomeado durante o governo Lula e ligado ao grupo jurídico Prerrogativas, é apontado por parlamentares da oposição como responsável direto pelo agravamento da crise. Segundo documentos enviados ao Senado, os gastos com a alta administração aumentaram 38% entre 2022 e 2023, superando a inflação do período.
A comissão também pretende investigar a gestão do fundo de pensão dos funcionários, além de verificar se houve desvios de recursos públicos e irregularidades contratuais.
Agora, cabe ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), autorizar a leitura do requerimento em plenário para que a CPI seja oficialmente instalada. A expectativa é de que isso aconteça ainda nas próximas semanas.
Se instaurada, a CPI dos Correios poderá convocar depoentes, requisitar documentos e realizar diligências em busca de esclarecimentos. O caso lembra a CPI dos Correios de 2005, que revelou o esquema do mensalão e teve forte impacto político.