Após denúncia que liga prefeito de São Bernardo a corrupção, Procuradoria mira empresários

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ampliou as investigações contra o prefeito afastado de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), após denúncias de corrupção que vieram à tona com a Operação Estafeta.

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Agora, o foco está em empresários suspeitos de financiar o esquema de propinas em troca de contratos fraudulentos com a prefeitura. Nesta semana, o MP-SP denunciou formalmente Marcelo Lima por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Além dele, também foram denunciados o presidente da Câmara Municipal, Danilo Ramos, o suplente de vereador Ary Oliveira e o servidor Paulo Iran, apontado como operador financeiro do grupo.

De acordo com as investigações, o esquema desviou cerca de R$ 16 milhões em contratos públicos desde 2022, especialmente nas áreas de saúde e limpeza.

Durante as ações da operação, empresários como Caio Henrique Pereira Fabbri e Edimilson de Deus Carvalho foram presos em flagrante com mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo.

Apesar das prisões, o Ministério Público afirma que ainda há outros empresários envolvidos e que novas fases da investigação podem ser deflagradas nos próximos meses.

O caso também respingou na Assembleia Legislativa de São Paulo. Dois servidores ligados à prefeitura foram exonerados após suspeitas de ligação com o esquema.

Um deles, Paulo Iran, foi encontrado com R$ 12 milhões e US$ 150 mil em espécie em sua residência. Já Roque Araújo Neto, assessor da deputada estadual Carla Morando (PSDB), recebeu quase R$ 400 mil em movimentações financeiras atreladas ao caso.

A deputada disse ter sido surpreendida e declarou apoiar as investigações. Marcelo Lima, que cumpre medida cautelar com uso de tornozeleira eletrônica, nega todas as acusações. A defesa afirma que não há provas de enriquecimento ilícito e alega perseguição política. Mesmo assim, o prefeito permanece afastado do cargo e proibido de acessar prédios públicos.

Com a crise política instalada, a cidade de São Bernardo vive um cenário de instabilidade em pleno ano pré-eleitoral. O escândalo se soma ao histórico de denúncias envolvendo gestões anteriores, reforçando a imagem de desgaste institucional na região do ABC paulista.

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