Após mais de um ano de restrições, a Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi reaberta parcialmente ao público nesta semana. O local, símbolo da democracia brasileira por abrigar o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), estava fechado desde os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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A reabertura ocorre em meio a medidas de segurança reforçadas e discussões sobre o equilíbrio entre proteção institucional e acesso público.Apesar do retorno dos visitantes, a circulação continua limitada. Grades foram mantidas ao redor de pontos estratégicos, como o espelho d’água do Congresso e as escadarias do STF, restringindo a aproximação dos turistas.
O governo federal afirma que a permanência das barreiras visa garantir a segurança dos prédios e preservar o patrimônio histórico e cultural da área.A decisão de manter parte das grades causou reações divergentes. Enquanto parlamentares e integrantes do Judiciário defendem o cuidado com a segurança institucional, movimentos sociais e especialistas em urbanismo alertam para a simbologia de um espaço público ainda “fechado ao povo”.
A Praça dos Três Poderes foi idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer para ser um local de convivência, arte e representação do poder popular.A visitação agora é permitida em horários controlados e com reforço da Polícia Legislativa e da segurança presidencial.
Ônibus turísticos voltaram a circular na Esplanada, e visitas guiadas foram retomadas, incluindo paradas no Panteão da Pátria e no Museu da Cidade. Ainda assim, a presença policial é constante, e o clima de vigilância contrasta com a ideia de abertura democrática.A reabertura marca um novo capítulo no processo de reconstrução simbólica das instituições após os atos antidemocráticos de 2023.
O governo Lula aposta na retomada do turismo cívico como forma de reaproximação entre a população e os espaços de poder, mas enfrenta o desafio de garantir essa convivência sem recorrer ao isolamento permanente.