O Partido dos Trabalhadores (PT) vem pressionando com força o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para que dispute o governo de São Paulo nas eleições de 2026. A mobilização ganhou força nos últimos dias, com lideranças internas apontando Haddad como “o nome mais competitivo nesse momento” para disputar o maior estado eleitoral do país.
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Apesar da pressão, Haddad resiste publicamente à ideia de voltar às urnas em 2026. Ele voltou a afirmar, reservadamente, que não pretende disputar nenhum cargo político no próximo pleito.
O novo presidente nacional do PT, Edinho Silva, junto com figuras como José Dirceu, defende que Haddad seja candidato, seja ao governo estadual ou ao Senado. Eles argumentam que o partido não tem nomes suficientes com potencial eleitoral em São Paulo. A preocupação decorre da falta de renovação na sigla, que se vê sem lideranças fortes para enfrentar adversários consolidados no estado.
Em 2022, Haddad obteve cerca de 45% dos votos válidos no segundo turno da disputa ao governo de SP, somando cerca de 11 milhões de votos. O desempenho é visto como base sólida para uma nova tentativa, mesmo diante da vantagem atribuída ao favorito atual, Tarcísio de Freitas.
A articulação interna tenta garantir uma candidatura própria em SP, evitando que partidos aliados da esquerda, como o PSOL ou o PSB, assumam o protagonismo da chapa. Em 2024, o PT não lançou candidato à prefeitura de São Paulo e se alinhou ao PSOL, decisão que repercutiu negativamente internamente.
Caso Haddad seja convencido, ele poderá escolher entre disputar o Palácio dos Bandeirantes ou uma vaga ao Senado. Há também discussão sobre o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) entrar como candidato ao governo, com Simone Tebet (MDB) como possível senadora na chapa.
Embora a candidatura enfrente resistências, incluindo críticas de que Haddad carrega a imagem de “gestor da economia impopular”, sob o apelido “Taxad” pela oposição, a avaliação petista é que ele permanece como o único nome com viabilidade real em São Paulo.
A decisão final caberá ao próprio Haddad, em diálogo direto com o presidente Lula, sobre quem recai a avaliação de que “não seria possível recusar pessoalmente” o chamado do partido. Se confirmado, ele precisará deixar o ministério até abril de 2026.