Uma megaoperação chamada “Carbono Oculto” foi deflagrada em diversos estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso, para desmantelar um esquema bilionário de adulteração e fraude em combustíveis supostamente ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Segundo a investigação, cerca de mil postos de combustíveis movimentaram R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, com R$ 7,6 bilhões em tributos sonegados. Além da adulteração do combustível, que incluía o uso de metanol, o esquema envolvia simulação de transações, notas fiscais falsas e lavagem de dinheiro por meio de lojas de conveniência. Em alguns casos, empresas sem atividade real chegaram a registrar mais de R$ 2 bilhões em notas simuladas.
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Postos supostamente ligados ao esquema
A investigação identificou dezenas de postos que teriam sido instrumentalizados pelo esquema, entre eles:
São Paulo:
- Auto Posto Bixiga LTDA – Rua Manoel Dutra, 288
- Auto Posto Azul do Mar LTDA – Rua dos Trilhos, 1031
- Auto Posto S3 Juntas LTDA – Rua das Juntas Provisórias, 1180
- Auto Posto S-10 LTDA – Av. Nazaré, 1542

Guarulhos e Arujá:
- Auto Posto Hawai LTDA – Rua Maria Godinho, 30
- Auto Posto Yucatan LTDA – Rua Duque de Caxias, 280
Praia Grande e Sumaré:
- Auto Posto Boulevard XV São Paulo LTDA – Av. Diamantino Cruz Ferreira Mourão, 1700
- Auto Posto Texas LTDA – Av. da Amizade, 1661
Campinas:
- Auto Posto Conceição LTDA – Rua Irma Serafina, 811
Piracicaba:
- Auto Posto Elite de Piracicaba LTDA – Av. Comendador Luciano Guidotti, 2949
Guarujá:
- Auto Posto Maragogi LTDA – Av. Adhemar de Barros, 586
Goiás:
- Auto Posto Parada 85 LTDA – Av. C-12, 460 – Goiânia
- Posto Futura Niquelândia LTDA – Av. Brasil, 1612 – Niquelândia
- Posto Futura JK LTDA – Rua Dom Pedro I, 145 – Jataí
- Posto Santo Antônio do Descoberto LTDA – BR-060, Km 34
- Auto Posto Dipoco LTDA – Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, 833 – Catalão
- Auto Posto Vini Show LTDA – Rua TBC 12, s/n – Senador Canedo
- Redevoada Auto Posto LTDA – Av. Alexandre Pereira Lima, s/n – Senador Canedo
Estrutura do crime
As investigações mostram que os postos eram usados para uma série de fraudes sofisticadas:
- Adulteração de combustíveis: uso de metanol na gasolina, substância tóxica e altamente inflamável, desviada do Porto de Paranaguá (PR), onde deveria ser destinada apenas a empresas químicas.
- Simulação de transações e notas fiscais falsas: estabelecimentos sem atividade real chegaram a registrar mais de R$ 2 bilhões em movimentações fictícias.
- Lavagem de dinheiro: lojas de conveniência recebiam pagamentos em espécie ou via maquininhas de cartão, funcionando como fachada para ocultar recursos ilícitos.
- Uso de fintechs e fundos de investimento: operações financeiras eram ocultadas por “bancos paralelos”, dificultando o rastreamento do dinheiro.
Segundo o secretário da Receita, o crime organizado movimentou cerca de R$ 70 bilhões, considerando combustíveis adulterados, recursos sonegados e lavados.