Parlamentares reagiram nesta terça-feira (9) ao voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que defendeu a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão do relator dividiu opiniões no Congresso, com críticas da oposição e elogios por parte de aliados do governo.
Nas redes sociais, deputados e senadores ligados ao ex-presidente classificaram a manifestação do ministro como perseguição política. Para Carolina de Toni (PL-SC), deputada federal, o julgamento representa “mais um capítulo da perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em publicação na rede social X, a deputada afirma que “A democracia está sendo rasgada diante dos nossos olhos, numa clara tentativa de destruir a direita e sacrificar o maior líder do Brasil”.
Na mesma linha, o senador Marcos Rogério (PL-RO) reforçou as críticas, argumentando que o processo estaria repleto de irregularidades. “O processo contra Bolsonaro sobre o suposto ‘golpe’ está cheio de vícios e é nulo do início ao fim. Cerceamento de defesa, tribunal parcial, decisões combinadas… justiça? Aqui não existe”, escreveu o parlamentar.
Do outro lado, deputados governistas e de partidos de esquerda comemoraram o posicionamento de Moraes. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) destacou a importância histórica do voto. “É um voto que historicamente responde pela primeira vez a uma tentativa de golpe de Estado, punindo e condenando não só um ex-presidente da república por essa razão, mas quatro militares de alta patente. Isso não é pouca coisa, muita gente morreu para que a gente chegasse até aqui”, declarou, em referência à ditadura militar.
O deputado Rogério Correia (PT-MG), que na véspera havia protagonizado um embate com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), avaliou que a decisão representa um ponto final para Bolsonaro. “Esse voto é um game over para Bolsonaro e para o golpismo”, afirmou. Segundo ele, tentativas de manter a narrativa golpista ainda persistem, seja em atos de tumulto no Congresso, seja na defesa de uma anistia ampla.