Morre Miguel Uribe, pré-candidato à presidência da Colômbia baleado durante comício

A Colômbia amanheceu em luto nesta segunda-feira (11) com a confirmação da morte de Miguel Uribe, senador de oposição e um dos favoritos na corrida presidencial para 2026. Após mais de dois meses internado, lutando pela vida, Uribe não resistiu aos ferimentos causados por um atentado durante um comício em Bogotá, ocorrido no início de junho. A notícia foi confirmada pela Fundação Santa Fé, onde estava internado, e anunciada pela esposa do político, Maria Claudia Tarazona.

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Uribe, de 39 anos, tinha uma trajetória marcada por tragédias pessoais e um legado político significativo. Neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e filho da jornalista Diana Turbay, sequestrada e assassinada em 1991 pelo Cartel de Medellín, ele carregava o peso da história familiar enquanto construía seu próprio caminho no Senado colombiano. Foi o parlamentar mais votado nas eleições de 2022 e membro do partido Centro Democrático, liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, com quem não possui relação familiar.

O atentado ocorreu na noite de 7 de junho, durante um evento de campanha no bairro Fontibón. Uribe foi atingido por tiros na cabeça e na perna enquanto discursava. O ataque, considerado o primeiro de uma série recente que reacendeu o fantasma da violência política dos anos 1990, deixou também outras duas pessoas feridas. Um adolescente de 15 anos foi detido com a arma do crime, e seis pessoas foram presas ao longo das investigações.

Durante meses, Uribe permaneceu internado, passando por diversas cirurgias e momentos críticos de saúde. No início de agosto, uma hemorragia no sistema nervoso central agravou seu quadro, levando-o à cirurgia de emergência e ao estado crítico até sua morte na madrugada desta segunda-feira.

Apoiadores do senador e pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe, baleado em um evento em Bogotá, fazem vigília em frente ao hospital para onde Uribe foi levado, em 7 de junho de 2025 – Foto: Reprodução/Luisa Gonzalez

A repercussão foi imediata e ampla. O presidente Gustavo Petro condenou o ataque como “um atentado à democracia e à liberdade de pensamento”. Do exterior, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, expressou solidariedade à família e reforçou a necessidade de justiça. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, repudiou o ato e manifestou apoio às investigações.

O partido Centro Democrático lamentou a perda de um líder comprometido com a Colômbia, enquanto apoiadores organizam homenagens e vigílias para lembrar a trajetória de Uribe, que agora se junta à dolorosa lista de candidatos presidenciais vítimas da violência política no país.

Nas redes sociais, a mulher de Uribe despediu-se do marido em um texto emocionante:

Linha do tempo – O atentado e a morte de Miguel Uribe

7 de junho de 2025 – O atentado
Miguel Uribe foi baleado duas vezes na cabeça e uma na perna durante um comício no bairro Fontibón, em Bogotá. Dois outros participantes ficaram feridos. Um adolescente de 15 anos foi apreendido no local com a arma do crime.

7 de junho – Internação
O senador foi levado em estado grave para a Fundação Santa Fé, onde passou por cirurgias para conter os danos cerebrais.

Junho e julho de 2025 – Luta pela vida
Uribe permaneceu sedado, com pequenas melhoras e longos períodos em estado crítico. Seus apoiadores mantiveram vigílias no hospital.

9 de agosto de 2025 – Nova piora
Uribe sofreu uma hemorragia no sistema nervoso central, passando por cirurgia de emergência e retornando ao estado crítico.

11 de agosto de 2025 (madrugada)
Miguel Uribe morreu às 1h56 no horário local de Bogotá. A Fundação Santa Fé confirmou a morte após tentativas médicas intensas.

11 de agosto de 2025 – Repercussão
Autoridades colombianas, internacionais e partidos políticos condenaram o atentado e pediram justiça.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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