Moraes e Dino devem apresentar contrapontos ao voto de Fux no julgamento da trama golpista

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta quinta-feira (11), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus com a expectativa de que os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino apresentem contrapontos ao voto de Luiz Fux.

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Na sessão de quarta-feira (10), nenhum dos magistrados interrompeu Fux, atendendo a um pedido do próprio ministro. Mesmo assim, todos mantiveram registros detalhados de suas observações enquanto Fux expunha seu voto, que durou cerca de 13 horas e diverge quase integralmente do relator Alexandre de Moraes.

Fontes próximas à Primeira Turma apontam que Fux estaria isolado entre os colegas, fato reforçado pela ausência de convivência nos intervalos. Críticos internos destacam ainda inconsistências em seu voto, especialmente na comparação entre dois réus: Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Fux validou a delação de Cid e votou pela condenação do militar por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, enquanto absolveu Bolsonaro de todas as acusações.

No STF, ministros se dividem em pontos processuais: divergência entre Moraes, Dino e Fux marca julgamento da trama golpista - Foto: Rosinei Coutinho/STF
No STF, ministros se dividem em pontos processuais: divergência entre Moraes, Dino e Fux marca julgamento da trama golpista – Foto: Rosinei Coutinho/STF

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Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem ter votos mais objetivos

Não se espera que os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin ultrapassem o tempo recorde de Fux. Ambos são conhecidos por um estilo mais sintético e direto.

A ministra, que preside atualmente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ressaltar a defesa do sistema eleitoral brasileiro durante seu voto. Ao receber a denúncia, ela destacou a necessidade de investigar os fatos anteriores ao dia 8 de janeiro de 2023, para compreender a estrutura que tentou desestabilizar a democracia.

Cármen Lúcia também refutou acusações de ineptidão da denúncia, afirmando que ela detalha indícios, fatos, circunstâncias, datas e documentos atribuídos a cada réu, permitindo a verificação de como se deu a concatenação dos atos e quais crimes se aplicam. A ministra enfatizou:

“Não se pode dizer que foi sem violência. A violência aconteceu.”

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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