Com a pressão crescendo no Congresso Nacional para a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), traça estratégias para lidar com a CPMI e enfrentar a crise política.
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Com o apoio já garantido de 270 parlamentares — incluindo 39 senadores e 231 deputados, número que supera o mínimo necessário —, a formação da CPMI parece quase inevitável.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), informou à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que a leitura do requerimento deve acontecer na próxima sessão, que está marcada para o dia 27 de maio. No entanto, o governo está tentando adiar essa sessão para junho, na esperança de que as investigações em andamento possam envolver membros da oposição e do Centrão, o que poderia esfriar o ânimo político da comissão.
De acordo com fontes do Planalto, Alcolumbre sinalizou que pode adiar a sessão para dar ao governo tempo para se preparar, mas também alertou que a oposição pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal, forçando a instalação da comissão mesmo que a cúpula do Congresso não queira, como já ocorreu em outras CPMIs.
Lula, que estava em uma viagem oficial quando a movimentação da oposição ganhou força, agora mobiliza sua base aliada e ministros para minimizar os danos e tentar ganhar um tempo político. Para tanto, convocou uma reunião de emergência nesta sexta-feira (16) no Palácio da Alvorada, reunindo ministros e líderes partidários para definir uma estratégia diante do avanço da CPMI. Entre os participantes estavam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social) e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).