O Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro afirmou, nesta segunda-feira (16) que 27 autoridades brasileiras permanecem em Israel, ignorando os alertas do Itamaraty, mesmo depois que um grupo de 12 pessoas conseguiu sair pela rota terrestre, já que o espaço aéreo foi interditado. As orientações dadas foram para evitar viagens para o país do Oriente Médio devido aos conflitos armados, mas não foram seguidas.
Leia também: Câmara aprova urgência para derrubar projeto de aumento do IOF
Em nota, o Itamaraty informou que “acompanha com atenção a situação de seus nacionais que se encontram em Israel, incluídos, além de binacionais e turistas, autoridades integrantes de duas comitivas que cumpriam missão oficial àquele país, a convite do governo israelense”.
O que está acontecendo?
O Itamaraty (que é o nome dado ao MRE), afirmou que o grupo viajou “a despeito” de orientação dada pela Embaixadora do Brasil em Tel Aviv. Em nota publicada, o ministério informou que mantém alerta desde outubro de 2023, que “desaconselha toda viagem não essencial àquele país”. A recomendação dada, desde então, diz o comunicado, é para que os brasileiros que já estavam em Israel “considerassem deixar o país”. Ainda de acordo com a nota, 1.413 brasileiros foram retirados do país em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) desde outubro de 2023.
“Em junho corrente, duas comitivas de autoridades brasileiras viajaram a Israel a convite do governo israelense, a despeito do alerta consular da Embaixada do Brasil em Tel Aviv. Com o início dos ataques de Israel ao Irã e o consequente fechamento do espaço aéreo israelense, os dois grupos de autoridades convidadas aguardam informações e providências com relação a seu retorno ao Brasil.”, diz nota do Ministério das Relações Exteriores sobre gestores brasileiros que ficaram presos em Israel.
Um grupo de 12 pessoas deixou Israel de ônibus e foram levados à Jordânia na segunda (16) de manhã e todos estão seguros a caminho de Amã, capital do país, depois que ficaram presos devido ao conflito. Segundo a apuração do UOL, o grupo irá até Riad, capital da Arábia Saudita, e retornará ao Brasil em voo particular. Este acordo foi feito pelas embaixadas de Amã e Riad.
A saída foi negociada pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que manteve contato presencialmente com o ministro das Relações Exteriores saudita para que essa operação tivesse andamento.
Mais seis pessoas ainda permanecem em Israel, somadas ao grupo do Consórcio Brasil Central, que reúne 22 autoridades estaduais, incluindo o governador de Rondônia, Marcos Rocha (União). Fontes do Itamaraty apontam que a saída deste grupo está sendo negociada e a maior possibilidade é que eles sejam retirados em um voo da FAB pela Jordânia, que tem sido o país mais aberto à ajuda.

Cuidado com golpes
Em sua rede social, a embaixadora do Brasil em Tel Aviv publicou, nesta segunda, um alerta para que os brasileiros em Israel não caiam em golpes que estão prometendo voos para deixar o país, já que o espaço aéreo está fechado em razão da guerra com o Irã.
Na nota publicada, o Itamaraty confirmou ter conhecimento desses golpes e acrescentou que as recomendações para os brasileiros têm sido emitidas por meio dos canais oficiais da embaixada e por meio do chamado “Alerta Consular”, documento eletrônico na página do Ministério das Relações Exteriores, em que o governo faz uma série de orientações.
O alerta mais recente foi publicado na última sexta (13) e orienta os brasileiros a não viajarem para Israel nem para o Irã.
Também recomenda aos brasileiros que já estão nesses países que evitem aglomerações e protestos, só saiam de casa se a situação estiver segura e mantenham a documentação brasileira em dia.
Um comentário
Ótimo texto! Não deixo de achar engraçado o governador de Rondônia estar em Israel