Projeto de lei propõe imposto federal sobre propriedade de armas de fogo no Brasil

Um novo projeto de lei apresentado por deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) pretende criar um tributo específico para quem possui armas de fogo no Brasil. A proposta, de número 9/2025, institui o Imposto sobre a Propriedade de Armas de Fogo (IPAF), que prevê uma cobrança periódica sobre a posse desses itens, afetando tanto pessoas físicas quanto jurídicas.

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A iniciativa, que tramita na Câmara dos Deputados, é de autoria do deputado Alencar Santana (PT-SP) e outros parlamentares da sigla. O IPAF integra o pacote da reforma tributária em discussão no Congresso Nacional e busca tributar a manutenção legal de armamentos, independentemente dos impostos já cobrados na aquisição e comercialização.

Caso aprovado, o novo imposto deverá ser pago regularmente pelos proprietários, mesmo que a arma tenha sido adquirida dentro das normas legais. O valor ou a alíquota do IPAF ainda não foi definido, ficando a cargo do Poder Executivo estabelecer os critérios de cobrança, bem como a forma de arrecadação.

O alcance da medida inclui colecionadores, atiradores esportivos, caçadores (CACs), profissionais da segurança privada e cidadãos comuns que mantêm armas registradas. A proposta pode, ainda, provocar efeitos indiretos no mercado armamentista, elevando os custos de manutenção de armas dentro da legalidade.

A proposta enfrentou críticas de parlamentares da oposição, como o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), relator do projeto na Comissão de Segurança Pública. Segundo ele, o novo imposto tem caráter proibitivo e representa uma tentativa de restringir o acesso da população de baixa renda à legítima defesa.

O objetivo não é regular uma atividade econômica, mas sim, meramente, impedir o acesso do pobre à arma de fogo. É um esforço da esquerda de negar acesso à arma de fogo, à defesa ao pobre”, declarou.

A criação do IPAF surge como alternativa após as armas de fogo terem sido excluídas da lista de produtos sujeitos ao Imposto Seletivo — apelidado de “imposto do pecado” —, que incidirá sobre itens prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas. O recuo sobre armas se deu após pressão de parlamentares contrários à taxação do setor. O projeto deverá intensificar o debate público sobre o controle de armas, segurança e direito à autodefesa.

Para os autores, a medida tem natureza fiscal e regulatória. Já os opositores consideram que ela penaliza legalmente quem busca proteger sua família ou pratica atividades esportivas autorizadas. A tramitação ocorre em paralelo à reforma tributária, que busca unificar impostos e simplificar o sistema vigente no país.

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