O julgamento da ação penal relacionada à trama golpista ganhou novos contornos logo no início da sessão desta terça-feira (9). O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, lia seu voto havia apenas sete minutos quando foi interrompido por Luiz Fux, que sinalizou a intenção de apresentar divergência em ponto específico da análise.
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Moraes estava prestes a abordar as preliminares levantadas pelas defesas quando Fux pediu a palavra. O ministro afirmou que “voltaria a elas” em seu momento de manifestação. Em seguida, fez questão de lembrar sua posição anterior:
“Desde o recebimento da denúncia, por uma questão de coerência, eu sempre ressalvei e fui vencido nessas disposições”, declarou, indicando que repetirá a discordância registrada em março.
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Na sequência, Moraes destacou que diversas preliminares da denúncia já haviam sido afastadas por unanimidade no tribunal, inclusive com voto de Fux. A única exceção, frisou, foi o questionamento sobre a competência da Primeira Turma para conduzir o julgamento.
Esse é justamente o ponto em que Fux deve reiterar sua divergência. Para ele, a investigação e o julgamento sobre a tentativa de golpe de Estado deveriam ser analisados pelo plenário do STF, com todos os ministros, e não pela Turma — formada por um número menor de magistrados.
Na ordem de votação, Fux será o terceiro a se pronunciar. Antes dele, manifestam-se Alexandre de Moraes e Flávio Dino. Em seguida, será a vez da ministra Cármen Lúcia e do presidente do colegiado, Cristiano Zanin.