A sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado, presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), trouxe à tona um depoimento explosivo justamente no momento em que o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
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O aguardado depoimento de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi realizado de forma remota. Em sua fala, Tagliaferro deve relatar supostos abusos de poder e ordens ilegais atribuídas ao então presidente do TSE em 2022, durante a corrida eleitoral.
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Ao abrir a sessão, Flávio Bolsonaro já deixou claro que não assistiria ao julgamento no STF, preferindo priorizar a audiência no Senado. Ele criticou o processo judicial, qualificando-o como “farsa”, e atacou Moraes, afirmando que o relator “não tem sanidade mental para ser ministro do Supremo”.
A audiência contou principalmente com a participação de parlamentares da oposição, como Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE), enquanto senadores petistas da comissão ignoraram a sessão. Apenas as senadoras Augusta Brito (CE) e Paulo Paim (RS), que não pertencem oficialmente à comissão, registraram presença.
O desfile de depoimento e julgamento paralelo intensificou a crise institucional. Moraes, por sua vez, reafirmou que o STF agirá com imparcialidade e que nem ameaças nem coações influenciarão os vereditos. Ele reforçou: “Existindo provas, as ações penais serão julgadas procedentes. Havendo dúvidas, haverá absolvição. Esse é o papel da justiça”.