Durante um evento sobre transição energética, a ex-presidenta Dilma Rousseff voltou a comentar a polêmica frase dita em 2015 sobre “estocar vento”. Criticada na época e alvo de inúmeras piadas nas redes sociais, Dilma reafirmou que sua fala se referia a um conceito técnico que, anos depois, ganhou força no debate sobre energias renováveis. “Estocar vento virou realidade. Eu não estava errada, só fui mal interpretada”, disse, sorrindo.
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A declaração original foi dada durante uma entrevista, quando a então presidenta falava sobre os desafios de integrar fontes de energia renovável ao sistema elétrico. Embora a forma da expressão tenha sido inusitada, especialistas apontam que o tema de fato é relevante: o armazenamento de energia eólica é uma das fronteiras tecnológicas para garantir segurança energética e estabilidade na distribuição.
Hoje, sistemas de baterias de larga escala, usinas de hidrogênio verde e outras tecnologias são desenvolvidos justamente para “estocar” energia gerada por fontes intermitentes, como o vento e o sol. O que em 2015 parecia apenas uma metáfora confusa, agora é tratado como questão estratégica para o setor energético mundial.
Dilma usou o exemplo para criticar o modo como discursos políticos são tratados pela mídia. Para ela, houve má-fé e machismo na repercussão do caso.
“Muita gente não entende ou não quer entender. Mas preferiram me ridicularizar ao invés de discutir o tema com seriedade”, completou a ex-presidenta.
A fala resgata não só um ponto polêmico do seu mandato, como também evidencia a dificuldade de comunicar temas técnicos em um ambiente político polarizado. Ao reivindicar a legitimidade de sua fala quase dez anos depois, Dilma tenta reescrever sua imagem, agora com respaldo da ciência e do tempo.
