O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi empossado para seu segundo mandato no último dia 24 (domingo), em cerimônia realizada em Quito. Ao lado da nova vice-presidente, María José Pinto, Noboa inicia agora um mandato completo de quatro anos, após ter exercido um período anterior de 18 meses, iniciado em novembro de 2023, quando assumiu o cargo para completar o mandato do ex-presidente Guillermo Lasso.
LEIA TAMBÉM: Supremo Tribunal Federal prepara transição para nova presidência da Corte
Em seu discurso de posse, o Daniel Noboa reafirmou o compromisso com o combate à violência, um dos maiores desafios do país. O Equador enfrenta em 2025 níveis recordes de homicídios, superando os números de 2023, considerado até então o ano mais violento da história recente. Noboa afirmou:
“Vamos intensificar o enfrentamento às máfias. Nosso objetivo é claro: reduzir os homicídios e reativar a economia do país.”
A cerimônia de posse contou com a presença de líderes internacionais, como os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Peru, Dina Boluarte. No entanto, foi marcada pelo boicote da bancada correísta, que alegou fraude nas eleições.
Durante o primeiro mandato, Daniel Noboa adotou medidas rígidas contra o crime organizado, incluindo a declaração de “conflito armado interno” e a mobilização das Forças Armadas para ações contra gangues. Também endureceu penas para crimes ligados ao narcotráfico e terrorismo e firmou um acordo de US$ 4 bilhões com o FMI, visando reduzir um déficit fiscal de US$ 4,6 bilhões.
Apesar de uma queda de 15% nas mortes violentas em 2024, os primeiros quatro meses de 2025 registraram um aumento de 58% nos homicídios, sinalizando que o desafio persiste. Noboa projeta um crescimento econômico de 4% para 2025, embora o banco central estime 2,8%.
Com maioria no Congresso por meio de alianças políticas, o partido de Noboa, Ação Democrática Nacional (ADN), tenta aprovar legislações estratégicas, especialmente em relação ao combate ao crime. Contudo, analistas alertam que essa maioria é frágil, e qualquer perda de apoio pode comprometer a agenda presidencial.
Especialistas ressaltam ainda a necessidade de enfrentar problemas estruturais, como o desemprego entre jovens, o acesso limitado à educação e à saúde, elementos essenciais para reduzir a violência e reconstruir o tecido social do país.