A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou sua prisão preventiva. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), Zambelli classificou a medida como “ilegal, inconstitucional e autoritária”.
“Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia“, declarou.
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Além da ordem de prisão, Moraes determinou o bloqueio das redes sociais do filho de Zambelli, de 17 anos, e de sua mãe, Rita Zambelli, pré-candidata a deputada federal. A parlamentar considerou essas medidas como ataques pessoais e políticos.
“Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe”, afirmou.
“Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha”, completou, referindo-se à mãe.
Carla Zambelli afirmou, ainda, que é vítima de uma “perseguição política” e que levará o caso à comunidade internacional:
“Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias.”

A deputada deixou o país antes da conclusão do julgamento de recursos contra sua condenação a dez anos de prisão por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Segundo apurações, ela teria atravessado a Tríplice Fronteira, passado por Puerto Iguazú (Argentina) e embarcado rumo aos Estados Unidos, com destino final na Itália.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva de Zambelli e sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol. Moraes também determinou o bloqueio do passaporte, vencimentos parlamentares, além de bens, contas bancárias e ativos da deputada.
Zambelli enfrenta outra ação penal no STF, com maioria formada pela Corte para condená-la a cinco anos e três meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, devido ao episódio em que perseguiu um homem armada em São Paulo, durante as eleições de 2022. O julgamento está suspenso após pedido de vista do ministro Nunes Marques.
Apesar de possuir cidadania italiana, o que pode complicar eventual extradição, especialistas apontam que o processo não é impossível.