Câmara aprova transferência simbólica da capital para Belém durante a COP30

A Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (25), o projeto que transfere de forma simbólica a capital do Brasil para Belém (PA) durante a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP30). A mudança temporária valerá entre os dias 11 e 21 de novembro de 2025, quando a cidade amazônica sediará o encontro internacional. O texto segue agora para apreciação do Senado.

De autoria da deputada Duda Salabert (PDT-MG), a proposta estabelece que atos oficiais do presidente da República e dos ministros assinados nesse período serão datados em Belém. Para a parlamentar, a medida busca reforçar o papel do Brasil na agenda ambiental e simbolizar o compromisso das instituições com o debate climático global.

Leia mais: Alexandre de Moraes autoriza reativação das redes de Zambelli, mas impõe restrições

O relator José Priante (MDB-PA) ressaltou que a iniciativa tem caráter estritamente simbólico e citou como precedente a Rio 92, quando a capital foi transferida provisoriamente para o Rio de Janeiro. A votação no plenário resultou em 304 votos favoráveis e 64 contrários, com resistência concentrada em parlamentares do partido Novo e parte da oposição.

Segundo defensores do projeto, a transferência da capital pretende valorizar a Amazônia e ampliar a visibilidade do evento, considerado estratégico para as negociações sobre redução de emissões e preservação ambiental. A COP30 deve reunir dezenas de chefes de Estado e milhares de representantes de governos, organizações e movimentos sociais.

Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos

Críticos, no entanto, apontaram que a medida pode gerar gastos extras com logística, aluguel de veículos, infraestrutura tecnológica e locação de espaços. O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) afirmou que, em tempos de restrições orçamentárias, seria mais adequado priorizar investimentos diretos na organização do evento.

Apesar das divergências, a aprovação foi considerada uma vitória política para o governo, que busca usar a COP30 como vitrine do protagonismo brasileiro na agenda climática. A expectativa é que Belém receba atenção mundial durante o período, reforçando o papel da Amazônia nas discussões sobre o futuro do planeta.

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *