Durante a 17ª cúpula dos BRICS, realizada em 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, líderes do bloco emitiram uma forte declaração reiterando seu apoio à eventual entrada do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. O posicionamento foi incluído na declaração final, que também insistiu na necessidade de uma reforma abrangente do órgão, para adequá-lo ao peso político e econômico crescente de países do Sul Global.
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O documento final, fruto de intensas negociações, renovou o compromisso do grupo com o multilateralismo, criticou medidas unilaterais e defendeu uma ONU mais representativa. A reforma do Conselho de Segurança foi citada como prioridade para aumentar a legitimidade das decisões globais e concentrar poderes em novos atores como Brasil, Índia e África.
O posicionamento favorável ao Brasil foi captado como um sinal claro de reconhecimento do protagonismo do país anfitrião da cúpula — reforçado ainda por iniciativas como o uso de moedas locais em comércio “intra-BRICS”, a criação de um novo banco de desenvolvimento e a cobrança por justiça fiscal global.

Apesar de ausências marcantes — como os presidentes da China, Rússia, Irã e Egito — a manifestação sobre o Conselho de Segurança foi um dos raros pontos de consenso entre as principais potências do bloco, mesmo diante de divergências sobre conflitos no Oriente Médio e concorrência econômica com os EUA.
Além disso, a declaração final do bloco incluiu críticas à organização unilateral do mundo por superpotências, com referência ao protecionismo norte-americano e indefinições diante de crises como a de Gaza e o conflito Irã-Israel.
O presidente Lula, durante o evento, reforçou a necessidade de uma reforma multilateral que abranja o Conselho de Segurança, o FMI e o Banco Mundial, algo que, segundo ele, protegeria nações em desenvolvimento de desequilíbrios de poder econômico global.