Brasil deve ignorar sanção de Trump a Moraes, diz Mauro Vieira

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta semana que o Brasil “não reconhecerá” eventuais sanções simbólicas ou políticas impostas por Donald Trump ao ministro Alexandre de Moraes. A fala ocorre após o ex-presidente norte-americano, em campanha para retornar à Casa Branca, sugerir que aplicaria punições a autoridades estrangeiras ligadas a investigações sobre desinformação.

Vieira destacou que o Brasil é um país soberano e que medidas unilaterais, ainda mais de cunho eleitoral, não devem influenciar o funcionamento das instituições nacionais.

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“Não cabe a nós responder ou validar sanções promovidas por atores que sequer ocupam cargo oficial atualmente. O STF e seus ministros gozam de total legitimidade dentro da nossa democracia”, afirmou.

Alexandre de Moraes tem sido um dos principais alvos de críticas da extrema-direita, tanto no Brasil quanto internacionalmente, devido à sua atuação firme no combate a fake news e aos ataques às instituições ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A retórica de Trump tem sido usada como estratégia de aproximação com grupos bolsonaristas e conservadores no Brasil.

O Itamaraty reforçou que não haverá qualquer ação diplomática ou institucional por parte do governo brasileiro em relação à declaração de Trump. Para Mauro Vieira, trata-se de um discurso voltado para o público interno norte-americano e que não deve interferir nas relações bilaterais entre os dois países.

A fala do chanceler também sinaliza uma tentativa do governo Lula de manter distanciamento em relação às disputas ideológicas norte-americanas. Em ano eleitoral nos Estados Unidos, o Brasil tem buscado preservar uma postura de neutralidade diplomática, sem endossar provocações ou interferências externas em assuntos nacionais.

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