De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta segunda-feira (28), o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome.
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O levantamento foi feito baseado na em ua média trienal dos anos de 2022, 2023 e 2024. Nele indica que o país está abaixo do limite de 2,5% da população em risco de subnutrição (quando uma pessoa consome menos calorias do que o necessário para manter uma vida saudável) ou de insegurança alimentar, que é o parâmetro utilizado para definir se determinada nação está incluída ou não nesse mapa.
O Mapa da Fome é desenvolvido pela FAO, agência da ONU especializada em Alimentação e Agricultura, e mede a quantidade de pessoas que possuem à uma alimentação suficiente para viver de forma ativa e com saúde.

O anúncio foi feito durante evento oficial da 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU, em Adis Abeba, na Etiópia.
Essa é a segunda vez que o Brasil sai da lista dos países com fome. A primeira vez foi em 2014. Porém, depois da análise dos dados de 2018 a 2020, a ONU recolocou o país na categoria, apontando um aumento da insegurança alimentar no período indicado.
Então não tem mais ninguém com fome?
Mesmo fora do Mapa da Fome, ainda existem 35 milhões de brasileiros com dificuldade para se alimentar. Esse é o cenário que a ONU chama de insegurança alimentar: quando a falta de recursos obriga que as famílias reduzam a qualidade ou a quantidade dos alimentos. Nos casos mais graves, isso quer dizer um dia inteiro ou até mais sem comer.
A fome no Brasil
Ainda que o Brasil seja um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ainda é muito difícil alimentar toda a população brasileira.
Isso acontece não porque falta comida no país, mas muita gente não tem dinheiro para comprar comida o suficiente. Os números de desemprego caiu, mas os preços dos alimentos continuam subindo.
Alguns dos especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que a produção agropecuária foca mais na exportação do que no abastecimento interno, e que isso precisa ser reequilibrado para que, futuramente, tenhamos segurança alimentar.
Em contrapartida, há os que discordam com isso, afirmando que o modelo de produção do país dá conta sim, tanto do mercado interno como do externo, e que aumentar a produção não vai tirar as pessoas da fome.
Além disso, as mudanças climáticas também afetam diretamente nesse cenário e o Brasil possui locais com pouca ou nenhuma oferta de alimentos saudáveis, o que são chamados de desertos alimentares.