A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a dispensa do depoimento de quatro testemunhas no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. O pedido foi feito nesta quinta-feira (29) ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e envolve pessoas inicialmente convocadas para depor nesta sexta-feira (30).
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Entre os nomes dispensados estão os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Gilson Machado (Turismo), além do advogado Amauri Feres Saad — apontado como o autor de uma minuta golpista — e de Ricardo Peixoto, ex-médico cardiologista da Presidência. A defesa não justificou publicamente os motivos da desistência.
Apesar da exclusão das quatro testemunhas, permanecem confirmadas as oitivas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do ex-secretário de Tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral, Giuseppe Dutra Janino, e de outras três testemunhas.
Bolsonaro e outros sete aliados viraram réus no STF sob acusações graves como tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A denúncia foi aceita por unanimidade pela Primeira Turma da Corte em março deste ano.
O grupo de réus inclui figuras de destaque do governo anterior, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, além de Anderson Torres, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Paulo Sérgio Nogueira. Eles formariam, segundo a acusação, o núcleo central da tentativa de subversão institucional após as eleições de 2022.