O ex-presidente Jair Bolsonaro pode não participar presencialmente do ato pró-anistia marcado para esta quarta-feira (7) em Brasília, devido a orientações médicas. A manifestação, organizada por seus apoiadores, tem como objetivo pressionar o Congresso Nacional pela anistia de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
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Bolsonaro recebeu alta hospitalar no domingo (4), após passar 22 dias internado em São Paulo por complicações intestinais. Durante esse período, foi submetido a uma cirurgia de desobstrução e acompanhou os desdobramentos do ato à distância. De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, que o acompanhou no hospital, não é recomendável que ele participe de grandes eventos ou encare atividades exaustivas neste momento.
“Evitar aglomerações e situações que exijam esforço físico é o mais prudente no estágio atual da recuperação”, afirmou Birolini.
Apesar disso, o ex-presidente não descartou completamente a presença no evento. Em declarações recentes, afirmou que “fará o possível” para comparecer, dependendo de sua condição no dia.
A manifestação tem sido articulada por parlamentares da base bolsonarista e movimentos de direita, e deve reunir milhares de pessoas na Esplanada dos Ministérios. Com início previsto para as 16h, o ato busca pressionar o Legislativo a discutir uma possível anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes — tema que ainda encontra forte resistência no Congresso e no Judiciário.
Mesmo sem garantir presença física, Bolsonaro tem incentivado o comparecimento dos apoiadores por meio de vídeos e mensagens nas redes sociais.
Nos bastidores, analistas políticos avaliam que sua possível ausência pode ser uma estratégia dupla: de um lado, protege sua saúde; de outro, evita tensões com o Supremo Tribunal Federal e demais instituições republicanas, já em alerta diante da pauta do protesto.
A decisão final sobre sua presença deve ser confirmada apenas no dia do ato.