A renúncia da deputada Carla Zambelli (PL-SP), anunciada no domingo, redesenhou o cenário político dentro da Câmara dos Deputados e retirou do presidente da Casa, Hugo Motta, a necessidade de oficializar um processo de cassação que prometia acirrar ainda mais o embate com a oposição. A decisão, vista por aliados como uma saída política estratégica, abriu espaço para um novo teste de articulação: a possível cassação do mandato de Alexandre Ramagem (PL-RJ).
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Cassação de Ramagem entra no centro do debate
O deputado Alexandre Ramagem encontra-se foragido nos Estados Unidos após ser condenado por participação na trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte determinou que a perda do mandato fosse apenas formalizada pela Mesa Diretora, em um procedimento considerado protocolar. No entanto, Hugo Motta optou por levar o caso ao plenário, ampliando o debate político em torno do tema.
Avaliação da oposição e do Centrão
Antes da renúncia de Carla Zambelli, parlamentares do Centrão e da oposição avaliavam que uma eventual cassação conduzida diretamente por Motta, em atendimento a decisões do ministro Alexandre de Moraes, poderia criar um precedente que alcançaria Ramagem. Agora, a dúvida é se o presidente da Casa conseguirá reunir votos suficientes para aprovar a perda do mandato em plenário.
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Tentativa de saída negociada
Nos bastidores, aliados afirmam que Motta pode tentar uma “saída honrosa” semelhante à costurada no caso Zambelli. Parlamentares relatam que o presidente da Câmara dialogou com lideranças do PL, familiares e advogados da ex-deputada. No caso de Ramagem, porém, ainda não há confirmação de contato formal com a defesa para discutir um desfecho negociado.
Pressão institucional e prazo para defesa
Na última semana, Ramagem foi notificado sobre o processo de cassação por faltas superiores a um terço das sessões deliberativas. A partir da notificação, passou a contar um prazo legal para apresentar defesa. Hugo Motta declarou que a intenção é analisar o pedido antes do recesso parlamentar, reforçando que o plenário tem prerrogativa máxima para decidir sobre mandatos.
O desfecho do caso deve se tornar mais um indicador político da presidência de Motta e é um sinal de como a Câmara lidará com condenações envolvendo parlamentares nos próximos meses.









