Durante cerimônia no Vaticano, realizada no sábado (18), o vice-presidente Geraldo Alckmin entregou ao Papa Leão XIV um convite oficial para participar da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. Como gesto simbólico e pessoal, Alckmin também presenteou o pontífice com uma camisa do Santos Futebol Clube, seu time do coração.
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O convite foi entregue após a missa inaugural do novo pontificado, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou, por meio de carta, o desejo de aprofundar as relações diplomáticas entre o Brasil e a Santa Sé, que completam dois séculos no próximo ano.
Embora o Papa não tenha confirmado presença no evento climático, Alckmin relatou que o convite foi “recebido com muita simpatia“, aumentando as expectativas em torno de uma possível visita papal ao Brasil, especialmente pela centralidade da pauta ambiental no atual pontificado.
Seguindo o legado do Papa Francisco, seu antecessor, o Papa Leão XIV tem se mostrado ativo em temas ligados à proteção do meio ambiente e à crise climática global. O pontífice destaca a necessidade de ações urgentes para conter os impactos ambientais e tem promovido o diálogo com populações socialmente vulneráveis e afetadas pela degradação dos ecossistemas.
Em seu discurso, Leão XIV também compartilha críticas ao atual modelo econômico global, que, segundo ele, “consome os recursos da Terra de forma predatória e exclui os mais pobres”. Sua ascensão ao papado, como sucessor do cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, um frade agostiniano, fortalece o compromisso da Igreja Católica com uma agenda ecológica e social.
A COP30 reunirá chefes de Estado, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil para debater soluções contra o aquecimento global, a redução das emissões de carbono e a preservação ambiental, com destaque para os desafios enfrentados pela Amazônia e por países em desenvolvimento. O evento é considerado uma das principais plataformas internacionais para discutir o futuro do planeta diante da emergência climática.
O que pensa o Papa Leão XIV sobre a crise climática e ambiental
O Papa Leão XIV tem se posicionado de forma clara e direta quanto à urgência de enfrentar a crise climática global. De acordo com o Relatório do Colégio de Cardeais — iniciativa composta por jornalistas e pesquisadores católicos que analisam possíveis líderes da Igreja —, o pontífice é “firme na defesa de ações imediatas contra as mudanças climáticas”.
Em novembro de 2024, ainda como cardeal Robert Francis Prevost, Leão XIV participou de um seminário internacional sobre clima, realizado em Roma, com organização das embaixadas de Cuba, Bolívia e Venezuela. Na ocasião, ele abordou a necessidade de equilíbrio na relação entre o ser humano e a natureza.
Para o agora pontífice, o “domínio” dado por Deus à humanidade sobre o meio ambiente não deve ser entendido como permissão para exploração desenfreada. Seguindo os princípios da Doutrina Social da Igreja Católica, ele defende uma relação de reciprocidade com a criação, pautada pelo respeito e responsabilidade.
O Papa Leão XIV também alertou sobre os efeitos negativos do avanço tecnológico sem limites, apontando que o desenvolvimento sustentável precisa ser prioridade. Como exemplo de compromisso prático da Igreja, citou a instalação de painéis solares no Vaticano e a adoção de veículos elétricos em suas dependências.
O discurso ambiental do novo Papa reforça o legado do seu antecessor, o Papa Francisco, e consolida a defesa da ecologia integral como uma das diretrizes centrais do atual pontificado.
