Suspeito de matar delegado Ruy Fontes é morto em confronto no Paraná, diz Polícia

Umberto Alberto Gomes, de 39 anos, apontado como o possível atirador que executou o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi morto em troca de tiros com a polícia nesta terça-feira (30), no Paraná.

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A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, e pelo delegado-geral de Polícia Civil, Artur Dian. Gomes já era alvo de mandado de prisão e estava na lista dos oito principais investigados pelo crime, que abalou a cúpula da segurança pública paulista.

Identificação do suspeito

Umberto foi identificado após perícias apontarem suas impressões digitais em um imóvel localizado em Mongaguá, próximo a Praia Grande (SP). O local era utilizado como base de apoio pela organização criminosa responsável pela execução. O proprietário confirmou a presença do suspeito, e o rastreamento do celular de Gomes reforçou sua ligação direta com a emboscada que resultou na morte de Fontes.

Umberto Alberto Gomes, de 39 anos - Foto: Reprodução/Polícia Civil
Umberto Alberto Gomes, de 39 anos – Foto: Reprodução/Polícia Civil

Com base nessas provas, ele passou a ser considerado o atirador do crime, responsável pelos disparos que tiraram a vida do ex-delegado-geral.

Operação no Paraná

Segundo o delegado Artur Dian, o suspeito havia fugido para o Paraná. Policiais paulistas, com apoio da Polícia Civil do Paraná, organizaram uma operação no último sábado (27) para cumprir a prisão. No momento da abordagem, Gomes teria reagido, dando início a um confronto armado.

Durante o tiroteio, ele foi atingido e morreu no local. Nenhum policial ficou ferido.

O crime contra Ruy Fontes

O ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi assassinado em 15 de setembro, em Praia Grande (SP). Ele caiu em uma emboscada após perseguição em alta velocidade que terminou no capotamento de seu carro.

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Mais de 20 disparos de fuzil foram efetuados contra Fontes, caracterizando uma execução planejada e profissional. Logo após a ação, os criminosos abandonaram os veículos usados na perseguição — uma Toyota Hilux, queimada para eliminar provas, e um Jeep Renegade, deixado ligado no local do crime.

No Renegade, a polícia encontrou carregadores de fuzil, cápsulas deflagradas e um carregador de pistola, elementos que auxiliaram na identificação dos envolvidos.

Presos e foragidos

Até agora, quatro suspeitos foram presos pela força-tarefa:

  • Dahesly Oliveira Pires – acusada de transportar um fuzil de Praia Grande (SP) para Diadema (SP). O pagamento foi realizado via Pix por uma conta ligada a Luiz Antônio;
  • Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão” – traficante e membro do PCC, detido por envolvimento na logística do crime;
  • Rafael Marcell Dias Simões – preso em São Vicente (SP), é ligado a uma facção criminosa na Baixada Santista;
  • William Silva Marques – proprietário do imóvel em Praia Grande usado pelos criminosos e onde Dahesly buscou o fuzil.
Ex-delegado executado Ruy Fontes: polícia identificou seis suspeitos - Reprodução/Polícia Civil
Ex-delegado executado: polícia identificou seis suspeitos – Reprodução/Polícia Civil

Ainda seguem foragidos Flavio Henrique Ferreira de Souza, Felipe Avelino da Silva (o “Mascherano”, apontado como “Disciplina” no PCC) e Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, acusado de organizar o transporte da arma e de dirigir um dos carros utilizados na execução.

Contexto do crime

As investigações apontam que o assassinato de Fontes foi cuidadosamente planejado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Além da emboscada e do armamento pesado, a logística envolveu transporte de armas, imóveis de apoio e a utilização de carros roubados.

Segundo as autoridades, o ataque demonstra não apenas a ousadia da organização criminosa, mas também sua estruturação técnica e financeira, com uso de veículos de alto porte, armamento de guerra e estratégia para dificultar a identificação dos executores.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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