Em Junho, Netflix anunciou as gravações da série “Emergência Radioativa“, inspirado no caso real do acidente radioativo de césio-137, em Goiânia
O Conselho Municipal de Cultura de Goiânia decidiu fazer uma manifestação de insatisfação para o serviço de streaming Netflix, após divulgarem o início das gravações da série “Emergência Radioativa”, sobre o acidente radiativo com césio-137, em Goiânia, pois a locação de gravação foi feita em Santo André – SP. A manifestação por parte do conselho concide com o 38º aniversário do desastre.
O incidente envolvendo césio-137 aconteceu em 1987, na capital goiana, e é considerado pela Agência Internacional de Energia Atômica como o maior acidente radiológico fora de usinas nucleares. Catadores de sucata acharam um aparelho de radioterapia abandonado em uma clínica desativada, e levaram para um ferro-velho, o aparelho continha uma cápsula de césio-137, que acabou se rompendo no terreno, e acabou sendo manuseado pelos descobridores, familiares e vizinhos, por sua aparência chamativa de material luminescente, sem saber que se tratava de material radioativo com riscos à saúde.
LEIA TAMBÉM: Te recuerdo, Víctor Jara: 52 anos depois sua voz é símbolo de resistência
O caso em Goiânia atingiu o nível 5 na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, com 249 casos confirmados de contaminação; Quatro pessoas vieram a falecer devido à síndrome aguda da radiação.

Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Os membros do conselho divulgaram um documento questionando a decisão da Netflix de não fazer a locação das gravações na cidade onde de fato o acidente ocorreu, dizem que a filmagem em Goiânia não apenas honraria a memória coletiva da cidade, mas também contribuiria para a geração de empregos e o apoio à economia local.
A carta aberta afirma que Goiânia possui condições para uma produção desse porte, com profissionais qualificados, infraestrutura e as locações autênticas da cidade real do caso. Goiânia tem um vínculo emocional e histórico com o fato.
“Esse episódio não é apenas uma narrativa para ser encenada em estúdio; ele é parte integrante de Goiânia e das cicatrizes que carrega até hoje”.