O ex-técnico Emerson Leão gerou constrangimento nesta terça-feira, durante o 2° Fórum Brasileiro dos Treinadores promovido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No evento, em que também foi homenageado Carlo Ancelotti, comandante da seleção brasileira, Leão causou surpresa ao afirmar que não suportava treinadores estrangeiros no Brasil, além de admitir que os “culpados” por essa situação seriam os próprios técnicos brasileiros.
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De pé ao lado de Ancelotti no palco, Leão afirmou: “Eu sempre disse que eu não gosto de treinadores estrangeiros no meu país… antes eu falava que eu não suportava, não suportaria treinadores (estrangeiros)”. Em seguida, acrescentou:
“Mas tenho que ser inteligente o suficiente pra dizer que isso tudo tem um culpado. Nós. Nós, treinadores, somos culpados da invasão de outros treinadores (estrangeiros) que não têm nada a ver com isso.”
A fala ocorreu logo após a homenagem a Ancelotti e abriu espaço para repercussões imediatas entre as pessoas presentes no evento. Leão, após perceber o que disse, fez questão de pontuar que sua opinião naquele momento estaria mudando:
“Eu já parei. Eu não sou mais treinador… Mas continuo dando a minha colaboração quando solicitado. Portanto, mudei de ideia nesse exato momento.”
Especialistas e participantes do evento comentaram que o comentário de Leão atravessou a fronteira do “desabafo” para o “incômodo público”, justamente por fazê-lo num ambiente oficial e ao lado de Ancelotti, que é um dos nomes mais respeitados do futebol mundial. Há quem avalie que o episódio pode aumentar o debate no Brasil sobre a presença de estrangeiros nos clubes e na seleção.
Apesar do desconforto, Leão fez questão de reforçar elogios a Ancelotti e ao presidente da entidade de treinadores, Vagner Mancini:
“Você (Mancini) tem tudo para se tornar uma pessoa muito, muito importante… Boa sorte para você (Ancelotti) também.”
O episódio deve alimentar o debate, nas próximas semanas, sobre a influência de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro e também sobre a responsabilidade dos próprios profissionais nacionais pela chamada “invasão” de estrangeiros.









