Carla Zambelli está presa na maior penitenciária feminina da Itália, superlotada e com déficit de funcionários

A deputada licenciada Carla Zambelli (PL) está detida na prisão Germana Stefanini, nos arredores de Roma, desde terça-feira (29), após ser presa por autoridades italianas. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e fugiu para a Europa antes de ser capturada.

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Nesta sexta-feira (1º), Zambelli passou por uma audiência de custódia e, segundo o embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, foi decidido que ela permanecerá detida enquanto corre o processo de extradição.

A parlamentar está na Germana Stefanini, unidade que integra o Complexo Penitenciário de Rebibbia, considerada a maior prisão feminina da Itália e uma das maiores da Europa. O local, apesar de boa estrutura, enfrenta graves problemas de superlotação e falta de pessoal.

Carla Zambelli está em cela comum em presídio superlotado na Itália - Foto: Reprodução/YouTube
Carla Zambelli está em cela comum em presídio superlotado na Itália – Foto: Reprodução/YouTube

Superlotação e falta de agentes

De acordo com dados do Ministério da Justiça italiano, a unidade tem capacidade para 272 mulheres, mas abriga atualmente 371 detentas. Além disso, o presídio opera com 181 agentes penitenciários, enquanto o necessário seria 214. Há também déficit de funcionários administrativos e educadores, o que compromete o funcionamento ideal da unidade.

Estrutura e histórico da prisão

Localizada no bairro de Rebibbia, em Roma, a penitenciária foi construída nos anos 1950, originalmente para menores infratoras. Durante anos foi gerida por freiras vicentinas até que, em 1979, a direção passou a ser conduzida por profissionais do sistema prisional.

A Germana Stefanini conta com:

  • Duas alas grandes e quatro menores, além de áreas verdes e uma fazenda onde algumas detentas trabalham;
  • A maior ala, “Camerotti”, onde Zambelli está detida, recebe mulheres que ainda aguardam julgamento;
  • Cada andar tem 12 celas com quatro camas e um banheiro separado com bidê, além de chuveiros coletivos com água quente em cada um dos três andares;
  • 156 celas, 94 banheiros, dois campos esportivos, um teatro, seis salas de aula, uma creche e uma biblioteca;
  • Atendimento médico 24h por dia, com 25 horas semanais de assistência psiquiátrica.
Parte do complexo prisional de Rebibbia, no norte de Roma - Foto: Reprodução/Google
Parte do complexo prisional de Rebibbia, no norte de Roma – Foto: Reprodução/Google

Regras de visita e comunicação

As visitas às detentas só são permitidas mediante autorização da diretora da prisão, e precisam de alvará judicial para presas ainda sem julgamento. Os encontros com advogados são agendados exclusivamente no local, entre 8h30 e 14h – não há marcação por telefone.

As internas podem fazer ligações por meio de cartões adquiridos na Central de Comando, e podem receber até quatro pacotes por mês (com limite de 20kg), contendo alimentos e roupas. Itens como roupas com capuz, enchimento, strass ou botões acolchoados são proibidos.

Autor

  • Nicolas Pedrosa

    Jornalista formado pela UNIP, com experiência em TV, rádio, podcasts e assessoria de imprensa, especialmente na área da saúde. Atuou na Prefeitura de São Vicente durante a pandemia e atualmente gerencia a comunicação da Caixa de Saúde e Pecúlio de São Vicente. Apaixonado por leitura e escrita, desenvolvo livros que abordam temas sociais e histórias de superação, unindo técnica e sensibilidade narrativa.

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