Setor turístico cubano sofre retração histórica no primeiro semestre

Entre janeiro e junho de 2025, Cuba recebeu menos de um milhão de turistas, registrando uma queda de 25% em relação ao mesmo período do ano anterior. A retração evidencia uma crise estrutural no setor turístico, agravada por apagões, infraestrutura precária e tensões diplomáticas, com impacto direto na economia do país.

LEIA TAMBÉM: Governo Trump demite diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças por não estar alinhada à gestão atual

Ocupação hoteleira e pernoites em queda

A taxa de ocupação hoteleira caiu para 21,5%, sete pontos abaixo do registrado em 2024, segundo dados do órgão estatístico ONEI. O número de visitantes internacionais foi de 981.856, e a média de noites por turista também diminuiu, passando de 7,9 milhões para 5,7 milhões de pernoites. Apagões frequentes, falhas na internet e infraestrutura insuficiente prejudicam guias turísticos e comprometem a experiência dos visitantes.

Embargo e tensões internacionais

O embargo dos Estados Unidos, reforçado em junho por Donald Trump, proibiu o turismo americano, reduzindo drasticamente o fluxo de viajantes. Entre 2023 e 2024, 1,3 milhão de americanos deixaram de visitar Cuba, resultando em perdas estimadas em US$ 1,73 bilhão.

Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos

Além disso, a inclusão de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo afastou turistas europeus, com quedas superiores a 60% entre alemães e espanhóis. Mercados historicamente estáveis, como Canadá e a comunidade cubana no exterior, também registraram retrações de até 80%.

Investimentos contrastam com a crise

Apesar da baixa demanda, o governo cubano mantém investimentos em hotéis e infraestrutura turística, medida criticada por especialistas e pela população, que questionam a prioridade desses investimentos diante da crise do setor.

Foto: Melhores destinos
Foto: Melhores destinos

O foco oficial está na ampliação da conectividade aérea, especialmente com países latino-americanos como Colômbia e Argentina, que registraram leve crescimento no fluxo de turistas.

O ministro do Turismo, Juan Carlos García Granda, reconheceu a urgência de reverter o cenário e melhorar os serviços básicos para atrair visitantes.

Enquanto isso, a economia cubana segue pressionada pela escassez de divisas, tornando o turismo um setor ainda mais vital para a recuperação nacional.

Autor

Marcado:

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *