María Corina Machado, política venezuelana e líder da oposição ao chavismo, foi anunciada como vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025 nesta sexta-feira (10/10). A honraria reconhece seu trabalho em defesa da democracia na Venezuela e sua luta por uma transição pacífica do regime ditatorial para um governo democrático.
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Em comunicado publicado no X, o Comitê do Nobel destacou que María Corina Machado foi escolhida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
O comitê ressaltou que o prêmio vai para uma mulher que mantém “acesa a chama da democracia, em meio a uma escuridão crescente”, destacando sua coragem e liderança na América Latina.
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Segundo o presidente do comitê, María Corina é um “exemplo extraordinário” de coragem, e sua atuação política tem sido fundamental para unificar vozes em defesa da democracia, mesmo em momentos de grande adversidade. “É precisamente isso que está no cerne da democracia: a nossa vontade comum de defender os princípios do governo popular, mesmo quando discordamos. Numa época em que a democracia está ameaçada, é mais importante do que nunca defender este terreno comum”, afirmou.
A reação de María Corina Machado
Em resposta ao anúncio, Machado afirmou que o Nobel representa um impulso para a liberdade da Venezuela. Em publicação no X, ela dedicou a premiação ao povo venezuelano e ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Este imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um impulso para completar nossa tarefa: alcançar a liberdade”, escreveu. “Estamos no limiar da vitória, e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos EUA, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia.”
Indicação ao Nobel da Paz
María Corina Machado foi indicada ao prêmio por Marco Rubio, então senador da Flórida e futuro secretário de Estado no governo Trump. A nomeação ocorreu em agosto de 2024, por meio de carta enviada ao Comitê Norueguês do Nobel, assinada também por mais um senador e seis deputados, todos do Partido Republicano.
A indicação destacou a importância de sua liderança na oposição venezuelana e sua atuação contínua contra o regime de Nicolás Maduro, especialmente após as eleições de 2024, quando se consolidou como principal adversária política do presidente.
Trajetória política
Atualmente na clandestinidade, María Corina possui longa história na oposição ao chavismo. Filha de um empresário de metalurgia com raízes conservadoras, foi descrita por Hugo Chávez como uma “boa burguesa“. Sua carreira política ganhou relevância ao desafiar o governo Maduro, tornando-se uma figura central na luta pela democracia na Venezuela.
Machado foi candidata presidencial e líder da oposição democrática após vencer as eleições primárias de outubro de 2023 com mais de 92% dos votos. Ela é fundadora e coordenadora nacional do partido VENTE, de centro-direita, criado em 2012.
Sua trajetória inclui ainda uma eleição histórica para a Assembleia Nacional em 2010, quando recebeu o maior número de votos entre todos os candidatos. Além disso, foi pré-candidata presidencial em 2012, consolidando seu papel como referência da oposição venezuelana.
Significado do prêmio
O Prêmio Nobel da Paz 2025 reforça a atenção internacional sobre a situação política da Venezuela e o papel da oposição liderada por María Corina Machado. A premiação evidencia a estratégia do Comitê do Nobel em reconhecer esforços pela promoção da democracia e pela busca de uma transição pacífica do regime vigente.
O anúncio também coloca em destaque o envolvimento de líderes internacionais, como o ex-senador Marco Rubio e o presidente Donald Trump, na indicação e no apoio político a Machado. O reconhecimento internacional pode influenciar a dinâmica política interna da Venezuela e gerar repercussão nas relações diplomáticas com países que acompanham de perto o processo democrático no país.









