Governo Milei passa a intervir no câmbio diante de queda do peso e tensão política

Às vésperas da eleição, o governo argentino anunciou que vai intervir no mercado de câmbio, devido à queda do peso e ao aumento da tensão política sobre o presidente Javier Milei. Tal movimento contrasta fortemente com os compromissos firmados com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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A decisão foi tomada após a cotação do dólar se aproximar do limite superior da banda de flutuação cambial fixada pelo governo, que reflete em uma crescente demanda pela moeda norte-americana. Com o teto fixado em 1,467 pesos por dólar, a sua cotação atingiu 1,385.

Devido ao aumento da cotação do dólar, o governo estava elevando as taxas de juros de referência, na tentativa de conter a alta da moeda americana. Mas a ação se tornou inválida, devido à fragilidade e instabilidade do mercado cambial.

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Em função do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que resultou em um dia de fraco volume de negócios nesta segunda-feira, o peso caiu mais de 2% frente ao dólar nesta terça-feira, em comparação à cotação de fechamento da semana passada.

A partir daquele momento, o Tesouro foi autorizado a participar do mercado de câmbio e, portanto, a taxa de câmbio parou de flutuar livremente de acordo com a oferta e a demanda.

De acordo com Pablo Quirno, secretário de finanças, o Tesouro Nacional passará a participar do mercado de câmbio para garantir liquidez e o funcionamento normal da moeda. Após o anúncio, a moeda valorizou 10 centavos, indo para 1,375 pesos por dólar.

Porém, os títulos soberanos com vencimento em 2035 caíram e tiveram menor nível desde abril, e o peso acumulou perdas de até 2,8% no pregão, encerrando a sessão com recuo de 1,6%, representando a perda de confiança na economia argentina.

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