A Itália mobilizou nesta quarta-feira (24) uma fragata da Marinha para ajudar, se necessário, a flotilha que pretende levar ajuda humanitária a Gaza, após os organizadores denunciarem que foram alvo de ataques com drones na costa da Grécia. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, mobilizou a intervenção imediata da fragata polivalente “Fasan”, da Marinha italiana, para auxiliar a flotilha.
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A flotilha, chamada Flotilha Global Sumud, tem o objetivo de romper o cerco ilegal a Gaza por mar, abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso contra o povo palestino. A flotilha é composta por diversas personalidades, entre elas a ambientalista Greta Thunberg e o ativista brasileiro Thiago Ávila.
Ataque
A Flotilha Global Sumud, composta por cerca de 50 barcos civis, foi atacada nesta quarta-feira (24) por drones que lançaram granadas de atordoamento e pó de coceira nas embarcações enquanto navegavam em águas internacionais a 56 km da ilha grega de Gavdos.
Ninguém ficou ferido, mas alguns danos foram causados às embarcações. O movimento já havia denunciado outros ataques com supostos drones no dia 9 de setembro, perto da Tunísia.
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O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, anunciou que seu país havia enviado um navio e outro estava a caminho, principalmente para oferecer assistência aos italianos a bordo da flotilha.
Além da Itália, a Espanha também disse que estava enviando um navio de guerra na quinta-feira (25) para ajudar a Flotilha Global Sumud.
Divergências
A respeito da decisão italiana, Guido Corsetto declarou-se à câmara alta do Parlamento.
“Não é um ato de guerra, não é uma provocação: é um ato de humanidade, que é um dever de um Estado para com seus cidadãos”.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, criticou a Flotilha Global Sumud e classificou a iniciativa como “gratuita, perigosa e irresponsável”.
“Não é necessário arriscar a vida e entrar em uma zona de guerra para entregar a Gaza a ajuda que o governo italiano poderia ter entregue em poucas horas”, afirmou a primeira-ministra antes de participar da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Embora a Itália tenha prestado ajuda a flotilha, o ministro da Defesa pediu aos ativistas que abandonassem os planos de romper o bloqueio.
Além disso, a Itália propôs um acordo pelo qual os suprimentos de ajuda poderiam ser deixados no Chipre e entregues ao Patriarcado Latino de Jerusalém da Igreja Católica, que então os distribuiria em Gaza. No entanto, a delegação italiana rejeitou essa sugestão em nome da flotilha na quinta-feira (25).