Neste domingo (7), mais de 14 milhões de argentinos foram às urnas para participar da eleição legislativa na província de Buenos Aires. Com mais de 90% das urnas apuradas, a Fuerza Patria, aliança do candidato de centro-esquerda Axel Kicillof, alcançou 46,9%, enquanto a La Libertad Avanza, partido do presidente Javier Milei, somou 33,8%.
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Além de representar uma tentativa de Milei de encerrar a crise política, o pleito deste domingo foi a primeira eleição legislativa provincial de Buenos Aires desde 2003 a ser realizada em uma data diferente das eleições legislativas nacionais.
A votação gerou grande expectativa, já que Buenos Aires concentra 40% do eleitorado argentino e responde por mais de 30% do PIB nacional. O resultado tende a impactar diretamente as eleições nacionais de outubro.
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Desde o escândalo de corrupção envolvendo sua irmã Karina Milei, o presidente vem enfrentando crescente pressão e insatisfação em relação aos gastos públicos. Além disso, o país atravessa um período de instabilidade no mercado. Para cumprir sua agenda de livre mercado e restaurar a confiança dos investidores internacionais em um país marcado por inadimplência recorrente de suas dívidas, Milei precisa ampliar sua pequena minoria no Congresso, já que seu partido atualmente detém menos de 15% das cadeiras.
Após a derrota em Buenos Aires, o presidente argentino reiterou em sua sede provincial a defesa de suas políticas liberais e declarou que o rumo de seu governo não será alterado, mas intensificado.
“O que precisa ficar claro é que, sem nenhuma dúvida, no plano político tivemos uma derrota. Se quisermos seguir em frente, é preciso aceitar os resultados. Sofremos um revés e é preciso assumi-lo”, afirmou.
Ele finalizou dizendo que o momento levaria a uma autocrítica profunda, na qual os erros cometidos seriam corrigidos, ressaltando que não havia opção de repeti-los.