Faleceu nesta semana, aos 84 anos, o escritor norte-americano Edmund White, um dos nomes mais importantes da literatura queer contemporânea. Conhecido por obras como Um Jovem Americano e A Vida Sexual de Catherine M., White dedicou sua carreira a retratar com profundidade e sensibilidade as complexidades da identidade gay, do amor, do desejo e da memória.
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Nascido em Cincinnati, Ohio, em 1940, White foi uma das primeiras vozes a tratar abertamente da homossexualidade na literatura dos Estados Unidos, em um tempo em que o tema ainda era cercado por tabus e preconceitos. Sua escrita autobiográfica, marcada por um estilo lírico e incisivo, influenciou gerações de autores e ativistas.
Além da produção literária, Edmund White teve papel fundamental na fundação da Gay Men’s Health Crisis, primeira organização de combate à AIDS nos EUA, atuando ativamente durante a crise do HIV nos anos 1980. Ele também foi professor e mentor de jovens escritores, sempre reforçando a importância da narrativa como ferramenta de transformação social.

Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios, como o National Book Critics Circle Award e o PEN/Saul Bellow Award. Em entrevistas, White costumava dizer que escrever sobre si era uma forma de desafiar o apagamento histórico das vivências LGBTQIA+. Sua obra continua sendo leitura obrigatória para quem deseja compreender a intersecção entre literatura e sexualidade.
A morte de Edmund White representa uma grande perda para a cultura contemporânea. Mais do que escritor, ele foi um cronista do desejo, da exclusão e da esperança. Sua voz permanece viva em cada página escrita como testemunho e legado de resistência.