A Mocidade Independente de Padre Miguel, uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, anunciou que o enredo do Carnaval 2026 será uma homenagem à cantora Rita Lee, ícone da música brasileira. O título do enredo será “Rita Lee: A Padroeira da Liberdade”, refletindo o espírito irreverente e libertário da artista.
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Uma escolha simbólica
A decisão da escola carioca de levar Rita Lee à Marquês de Sapucaí marca um reconhecimento não apenas da carreira musical da artista, mas também de sua influência como símbolo de liberdade, ousadia e autenticidade. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, Rita Lee rompeu barreiras, tanto no cenário musical quanto nas atitudes e mensagens que transmitia.

Com letras que abordavam o amor livre, a crítica social, a emancipação feminina e a contestação de normas, Rita tornou-se referência para várias gerações. Foi uma das primeiras mulheres a conquistar destaque no rock nacional, gênero dominado por homens, abrindo caminho para outras artistas e consolidando-se como ícone da contracultura brasileira.
Homenagem à irreverência e à resistência
A Mocidade é conhecida por apostar em enredos que misturam tradição, inovação e discurso cultural forte. Para 2026, a proposta é mergulhar na trajetória de Rita Lee para mostrar como sua arte esteve sempre atrelada a valores como liberdade de expressão, resistência política e transformação social. O desfile buscará retratar tanto sua fase com o grupo Os Mutantes, quanto os momentos marcantes da carreira solo.

Segundo a escola, o objetivo é ir além da homenagem musical. O enredo também destacará o impacto cultural de Rita Lee, reconhecendo-a como uma artista que influenciou comportamentos, provocou reflexões e ajudou a moldar um Brasil mais plural e livre.
Preparativos e nomes envolvidos
O desfile terá a direção de Marcelo Plácido e Wallace Capoeira, profissionais que já atuam na escola e agora assumem a tarefa de traduzir para a avenida o universo artístico e simbólico de Rita. O intérprete oficial será Igor Vianna, filho do saudoso Ney Vianna, que terá a responsabilidade de conduzir o samba-enredo com potência e emoção.

Os carnavalescos já adiantaram que o projeto contará com carros alegóricos grandiosos, fantasias coloridas e elementos visuais psicodélicos, inspirados nas capas dos discos da cantora e nas suas performances cênicas.
“Queremos fazer um desfile que cante e dance a liberdade”, declarou um dos diretores.
Rita Lee: a força de um legado
Rita Lee nasceu em São Paulo em 1947 e iniciou sua carreira artística no final da década de 1960 com a banda Os Mutantes, referência do tropicalismo. Em carreira solo, lançou álbuns fundamentais como “Fruto Proibido” (1975) e “Babilônia” (1978), que se tornaram hinos da juventude rebelde da época. Entre seus sucessos eternos estão músicas como “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume” e “Doce Vampiro”.
A artista faleceu em maio de 2023, aos 75 anos, após uma longa batalha contra o câncer. Sua morte foi lamentada em todo o país, mas seu legado segue vivo e agora será eternizado também na maior festa popular do Brasil.
A expectativa do público
A escolha do enredo gerou grande repercussão nas redes sociais. Fãs de Rita Lee celebraram a homenagem, enquanto sambistas e foliões destacaram a originalidade da proposta da Mocidade, que une música, história e posicionamento. A combinação da trajetória vanguardista de Rita com a força da bateria da Mocidade promete um dos desfiles mais esperados da próxima folia.
Com o título “Rita Lee: A Padroeira da Liberdade”, a escola reafirma seu compromisso com a exaltação de figuras emblemáticas da cultura nacional, ampliando a visão sobre quem são os verdadeiros heróis e símbolos do povo brasileiro.
Caminho rumo à Sapucaí
A Mocidade Independente de Padre Miguel, que já foi campeã do Grupo Especial seis vezes, entre elas com enredos marcantes como “O Grande Circo Místico” e “Tupinicópolis”, quer mais uma vez emocionar e surpreender na avenida. Para isso, aposta em uma figura que sempre desafiou rótulos e rompeu fronteiras.
O Carnaval 2026 será, portanto, uma ode à liberdade, à arte e à ousadia — tudo que Rita Lee representou. E, como a própria cantora diria, “seja você, mesmo que seja estranho”. Essa será, sem dúvida, a alma do desfile da Mocidade.