O médico Salvador Plasencia, acusado de fornecer cetamina ao ator Matthew Perry antes de sua morte, se declarou culpado, nesta segunda-feira (16), nos Estados Unidos. Segundo comunicado do Departamento de Justiça, Plasencia admitiu ter distribuído ilegalmente a substância controlada e poderá enfrentar até 40 anos de prisão federal.
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A tragédia envolvendo Perry, astro eterno de ‘Friends’, ocorreu em outubro de 2023, quando ele foi encontrado sem vida na banheira de hidromassagem de sua residência, em Los Angeles. A autópsia revelou que o ator morreu em decorrência dos efeitos agudos da cetamina, substância que vinha sendo utilizada por ele sob prescrição médica como parte de um tratamento experimental contra a depressão.
Outro profissional de saúde envolvido, o médico Mark Chavez, já havia se declarado culpado em outubro do ano passado por conspirar para distribuir a droga ao ator semanas antes de sua morte. De acordo com os documentos judiciais, o fornecimento de cetamina a Perry envolveu também a colaboração de um traficante de drogas, além do assistente pessoal e um conhecido do ator, que teriam participado da compra e intermediação da substância.

Apesar de contar com uso terapêutico em ambientes clínicos, a cetamina também é popularmente conhecida como droga recreativa, o que exige controle rígido de sua distribuição. Segundo os promotores, após ter um aumento de dosagem negado por seu médico responsável, Perry teria recorrido a fontes ilegais para manter o uso, em um ciclo marcado pela recaída e pelo histórico de dependência química — tema abordado com franqueza por ele em sua autobiografia lançada em 2022.
O caso expôs uma cadeia preocupante de fornecimento de cetamina entre médicos, traficantes e intermediários ligados ao mundo do entretenimento. Como destacou a coluna Tela Plana, da Veja, a confissão de Plasencia joga luz sobre uma rede que abastece celebridades com drogas sintéticas em Hollywood. A reportagem revela que o caso de Perry não é isolado e serve de alerta para o sistema:
“Eu me pergunto quanto esse idiota vai pagar”, diz uma fonte não identificada, expressando revolta com a permissividade no meio artístico.
O caso reacende o debate sobre a prescrição de substâncias controladas em terapias alternativas e os riscos da medicalização de pacientes em recuperação, especialmente celebridades com histórico público de vícios. Perry, que morreu aos 54 anos, foi aclamado mundialmente por seu papel como Chandler Bing e deixou uma legião de fãs com sua morte precoce