Max Verstappen transforma o impossível em realidade. O tricampeão mundial holandês ressurgiu na temporada 2025 da Fórmula 1 com um desempenho impecável no Grande Prêmio dos Estados Unidos, realizado neste domingo (19) no Circuito das Américas, em Austin.
A vitória na corrida principal, somada ao triunfo na Sprint Race e às duas poles conquistadas no fim de semana, recoloca o piloto da Red Bull Racing (RBR) na luta pelo título e muda completamente o panorama do campeonato.
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Até agosto, a disputa parecia restrita à dupla da McLaren, Oscar Piastri e Lando Norris, que vinham dominando com folga o campeonato. Mas a sequência de resultados positivos de Verstappen, incluindo o desempenho perfeito nos Estados Unidos, reduziu a diferença para apenas 40 pontos em relação ao líder Piastri, restando ainda cinco etapas e duas corridas com Sprint Race até o fim da temporada.
Nas últimas quatro provas, o holandês tirou 64 pontos de desvantagem, algo que a Fórmula 1 não via desde 2012, quando Sebastian Vettel, também pela RBR, reverteu uma grande diferença para conquistar o título contra Fernando Alonso, então na Ferrari.
Red Bull renasce após mudanças internas
O sucesso recente da equipe austríaca não é coincidência. Após um início de temporada turbulento, com queda de rendimento e problemas de bastidores, Christian Horner deixou o comando da RBR e deu lugar a Laurent Mekies, que promoveu uma verdadeira transformação no ambiente e na performance do time.
Os upgrades introduzidos no GP da Itália, especialmente o novo assoalho e a asa dianteira redesenhada, devolveram competitividade ao carro. Desde então, a vantagem técnica da McLaren praticamente desapareceu, e até o japonês Yuki Tsunoda, antes apagado, voltou a pontuar, mostrando a consistência do novo pacote.

Em Austin, Verstappen reconheceu que o título voltou a ser possível:
A chance está aí. Mas teremos que ser perfeitos, como tem sido nas últimas corridas — declarou o piloto, evidenciando a confiança recuperada.
McLaren sente a pressão
Mesmo com Lando Norris terminando em segundo lugar, o resultado não trouxe tranquilidade à McLaren. O britânico superou Charles Leclerc em um duelo intenso, mas viu o companheiro Oscar Piastri seguir em queda de rendimento. O australiano não vence há quatro corridas, seu maior jejum no ano, e viu a diferença interna para Norris cair para 14 pontos.
Além disso, Piastri começa a sentir o peso psicológico da liderança. Erros recentes, como as batidas em Baku e na Sprint Race de Austin, levantam dúvidas sobre sua estabilidade sob pressão. O jovem piloto ainda lamenta os seis pontos perdidos em Monza, quando obedeceu à ordem de equipe e cedeu posição a Norris — pontos que podem fazer falta na reta final.

A Ferrari também viveu um bom momento no Texas. Charles Leclerc garantiu o terceiro lugar no pódio, seguido de Lewis Hamilton, em quarto, mostrando que tanto a equipe italiana quanto a Mercedes seguem com potencial de interferir nas disputas diretas entre McLaren e RBR. O chefe da McLaren, Andrea Stella, admitiu que o desempenho de Leclerc foi determinante para impedir Norris de brigar pela vitória.
Fim de semana difícil para Bortoleto
Para o brasileiro Gabriel Bortoleto, o GP dos Estados Unidos foi o mais complicado do ano. Apesar de um início promissor, subindo para o 13º lugar, a estratégia de pneus com duas paradas e o pit stop antecipado comprometeram o resultado. O piloto terminou em 18º, fora da zona de pontos, mas manteve o otimismo.
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“Sabemos o que deu errado e o que precisa melhorar. O foco agora é o GP de São Paulo“, afirmou o estreante, que correrá em casa dentro de três semanas, pela primeira vez na Fórmula 1.
Mesmo com o revés, o desempenho geral de Bortoleto em 2025 tem sido acima das expectativas. Em um time que terminou em último em 2024, o brasileiro já soma pontos importantes e demonstra evolução técnica e mental, sonhando com um top-5 nas últimas corridas.

O impossível volta a ser possível
A temporada 2025 da Fórmula 1 prova que a palavra “impossível” não combina com o esporte. Max Verstappen, que chegou a ser superado pela Sauber de Bortoleto na Hungria há apenas três meses, hoje encabeça uma reviravolta histórica.
Com cinco GPs restantes — incluindo México, São Paulo, Catar, Las Vegas e Abu Dhabi —, o campeonato está completamente em aberto. A F1 volta a ter o que o público mais ama: drama, rivalidade e a possibilidade real de uma virada épica.









