A sétima rodada do Campeonato Brasileiro nos reservou um jogo empolgante entre Bahia e Botafogo na Arena Fonte Nova. As escalações já indicavam algumas surpresas, com os técnicos Rogério Ceni e Renato Paiva precisando mexer nas suas peças devido a desfalques importantes. Pelo lado do Bahia, a ausência de laterais-direitos de ofício, Santi Arias e Gilberto, forçou Rogério Ceni a improvisar o volante Erick na posição. Já no Botafogo, Renato Paiva promoveu a entrada de Newton como volante no lugar do suspenso Gregore.
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Primeiro tempo
Com a bola rolando, logo nos primeiros minutos pudemos observar uma estratégia interessante do Botafogo, com Patrick de Paula recuando em alguns momentos para auxiliar a defesa, buscando compactar o setor e dificultar as investidas do Bahia. A primeira grande emoção veio aos oito minutos. Em uma jogada pela lateral da área, Everton Ribeiro alçou a bola na área, encontrando Erick Pulga livre. O atacante, porém, não conseguiu direcionar bem o cabeceio, e a bola, mesmo assim, exigiu uma bela defesa de John, que se esticou para evitar o gol.
Após o susto, o Bahia assumiu o controle da partida, ditando o ritmo com uma troca de passes fluida e envolvendo a defesa botafoguense. A facilidade com que o tricolor baiano encontrava espaços no campo de ataque era notável, prenunciando perigo constante para a equipe carioca.
A pressão surtiu efeito aos 38 minutos, em um lance de pura genialidade e velocidade. Erick Pulga protagonizou uma arrancada espetacular pela esquerda, deixando para trás Marlon Freitas e o estreante Newton com dribles desconcertantes. O atacante invadiu a área e cruzou rasteiro para o meio, onde Cauly, com categoria, apenas empurrou a bola para o fundo das redes. Um gol que nasceu da insistência e da qualidade individual de Erick Pulga, mas que premiou a movimentação e o toque de bola do meio-campista Cauly.
O Botafogo tentou uma resposta imediata dois minutos depois. Em uma rápida transição, a bola chegou aos pés de Mastriani, que finalizou, mas a bola subiu demais, passando por cima do gol defendido por Marcos Felipe.
Segundo tempo
O segundo tempo manteve a tônica de um jogo disputado, mas escancarou as dificuldades do Botafogo em criar jogadas com fluidez e, principalmente, em concretizar as oportunidades criadas. A lentidão na transição ofensiva e a falta de precisão no último passe persistiram como os principais obstáculos para a equipe de Renato Paiva, mesmo após a conversa no vestiário.
Logo aos seis minutos da etapa final, presenciamos um lance inacreditável. Juba fez uma boa jogada pela esquerda e cruzou para Erick, que, com o gol aberto, inexplicavelmente finalizou de volta para Juba. A bola desviou na defesa do Botafogo e bateu em Lucho Rodríguez antes de entrar. Para alívio da equipe carioca, o VAR corretamente anulou o gol, flagrando um impedimento de Juba no rebote. Um lance que ilustrou a falta de sorte ou a ansiedade de ambas as equipes em momentos cruciais.
Aos 18 minutos, o lateral Alex Telles, em uma tentativa de igualar o marcador, arriscou um chute potente de longe. A bola quicou de forma traiçoeira na frente de Marcos Felipe, exigindo atenção redobrada do goleiro do Bahia, que conseguiu fazer a defesa.
O jogo seguiu com lances de “incredulidade”. Aos 21 minutos, em uma trama ofensiva do Botafogo, Alex Telles cruzou rasteiro, Cuiabano fez um corte inteligente para Igor Jesus, que também tentou um passe de calcanhar para Mastriani, mas a defesa do Bahia se mostrou atenta e interceptou a jogada.
Dois minutos depois, foi a vez do Botafogo lamentar uma oportunidade clara desperdiçada. Artur roubou a bola no campo de ataque, tabelou com Mastriani e ficou cara a cara com Marcos Felipe, mas finalizou em cima do goleiro, que fez a defesa com o corpo.
O Bahia também teve chances de ampliar o placar. Aos 46 minutos, já nos acréscimos, Willian José perdeu um gol inacreditável. Livre na área, frente a frente com John, o atacante não conseguiu superar o goleiro botafoguense, que fez uma grande defesa. Essa foi, sem dúvida, uma das maiores oportunidades do Bahia para selar a vitória com mais folga.
Nos minutos finais, o Botafogo tentou o empate com finalizações de Jeffinho e Igor Jesus, mas todas pararam nas mãos seguras de Marcos Felipe, que se mostrou um paredão na meta tricolor.
A emoção não parou por aí. Em um lance dramático, o árbitro assinalou cartão vermelho para o goleiro John, após um lance com Jean Lucas. No entanto, a intervenção do VAR foi crucial. Após a revisão das imagens, o árbitro reconsiderou a decisão e trocou o vermelho pelo amarelo, entendendo que não houve a intenção clara de agressão, mas sim um toque de mão fora da área. Na cobrança da falta, Willian José soltou uma bomba, John fez a defesa e a bola ainda tocou na trave, levando o torcedor presente na Fonte Nova ao delírio e ao alívio.
Com um final de jogo carregado de emoção e oportunidades perdidas de ambos os lados, o Bahia confirmou a vitória por 1 a 0, somando mais três pontos importantes no Campeonato Brasileiro. O Botafogo, por sua vez, continua sem vencer fora de casa, lamenta as chances desperdiçadas e a dificuldade em impor seu ritmo de jogo, precisando encontrar soluções para a falta de efetividade no ataque para as próximas rodadas.
Ficha Técnica
Bahia x Botafogo
7ª Rodada | Campeonato Brasileiro 2025
Data: 03 de Maio de 2025
Local: Casa de Apostas Arena Fonte Nova
Público: 37.206
Renda: R$ 1.219.691,00
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Árbitros assistentes: Neuza Ines Back (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP)
Quarto árbitro: Léo Simão Holanda (SP)
VAR: Thiago Duarte Peixoto (SP)
Gols
- Bahia: Cauly (38’1T)
Cartões Amarelos
- Bahia:
Caio Alexandre (09’1T)
Erick (30’1T) - Botafogo:
Newton (47’1T)
Mateo Ponto (37’2T)
Substituições
- Bahia:
Acevedo> Caio Alexandre (16’2T)
Ademir> Everton Ribeiro (16’2T)
Willian José> Lucho Rodríguez (16’2T)
Michel Araújo> Cauly (34’2T)
Gabriel Xavier> Erick Pulga (38’2T) - Botafogo:
Alex Telles> Patrick de Paula (09’2T)
Rwan Cruz> Mastriani (24″2T)
Nathan Fernandes> Cuiabano (25’2T)
Mateo Ponte> Vitinho (25’2T)
Jeffinho> Artur (36’2T)