Trump ameaça o time da NFL e exige retorno de nome considerado racista


O ex-presidente Donald Trump ameaçou bloquear um acordo para a construção de um novo estádio em Washington, D.C., caso o time da NFL, agora chamado Washington Commanders, recuse-se a retornar ao antigo nome “Redskins”, termo considerado racialmente ofensivo a povos indígenas. Ele afirmou que o nome “Commanders” é “ridículo” e que o clube seria “muito mais valioso” com o título anterior.

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Três dias antes, Trump reforçou a exigência em sua plataforma Truth Social:

A equipe deveria IMEDIATAMENTE trocar para Washington Redskins Football Team. Existe um grande clamor por isso.”

Em seguida, acrescentou:

“Se eles não mudarem, não farei nenhum acordo para construirmos o estádio” — referindo-se ao complexo de US$ 3,7 bilhões projetado para o antigo local do RFK Stadium, com previsão de inauguração em 2030.

A ameaça se estende simbolicamente também ao beisebol: Trump defendeu que o Cleveland Guardians volte a usar o nome “Indians”, reforçando uma retórica nostálgica por nomes criticados como racistas.

Especialistas acusam Trump de usar poder político para resgatar símbolos carregados de racismo, em uma manobra que mistura nostalgia, guerra cultural e distração política, possivelmente em resposta à crise causada pela divulgação de registros relacionados a Jeffrey Epstein.

Em reação, organizações indígenas, como o National Congress of American Indians, repudiaram a proposta: “É uma afronta à soberania indígena”, disseram. O único apoio veio da Native American Guardians Association, associada a um ex-assessor de Trump, que usou o argumento da “cancel culture” para justificar a volta ao nome.

Mas, constitucionalmente, as chances de Trump barrar o acordo são remotas. Em janeiro, uma lei federal já havia transferido esse poder para o governo local, e, ainda assim, a Comissão de DC rejeita a interferência federal nesse tipo de decisão.

O time, por sua vez, reafirmou sua posição: não há intenção de renomear, mantendo firme o nome Commanders. E a discussão reacende um debate nacional sobre racismo institucional, direitos indígenas e o papel do esporte na reconciliação cultural americana.

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