O Sudão está vivendo uma guerra civil pesada há mais de dois anos, está guerra dividiu famílias, cidades e muito da identidade do país. De acordo com organizações humanitárias, a batalha entre o Exército sudanês e o grupo parlamentar RSF já matou milhares de sudaneses e foi responsável pelo deslocamento de mais de 13 milhões de pessoas.
Mas em meio a toda essa guerra, o futebol surge como a força capaz de unir o país em prol da seleção nacional de futebol. Os Falcões de Jediane, como é conhecida a seleção do Sudão, que está com apenas duas derrotas nas Eliminatórias Africanas para a Copa do Mundo e luta contra Senegal por uma vaga direta.
Leia mais: Vikings batem Bears, de virada, com grande atuação de estreante e largam bem na NFL
Restando apenas duas rodadas para o fim da fase de classificação, o Sudão está na terceira colocação do Grupo B, com 12 pontos, seis pontos atrás do líder Senegal e quatro pontos atrás do RD Congo, que é o segundo do Grupo B. Apesar da pouca possibilidade, o país sonha com a primeira participação na história da Copa do Mundo.
Futebol em meio ao conflito.
As competições de futebol no Sudão foram totalmente paralisadas desde o início da guerra, em abril de 2023. Algumas das principais equipes do país, que cederam atletas para seleção nacional, entraram em um acordo com a Federação da Mauritânia para participar da liga local durante o período do conflito, permitindo aos atletas um melhor ritmo de jogo.
Tal medida está sendo essencial para o atual desempenho da seleção sudanesa, contando que 70% dos jogadores convocados jogam nos clubes locais. De acordo com o chefe de desenvolvimento da Federação Sudanesa de Futebol “A seleção tornou um símbolo de esperança. É talvez a única força que une o país nesse momento” concluiu Mazin Abusin.
Confira “Filhos do Silêncio” de Andrea dos Santos
Um lar longe de casa
Por segurança, a seleção do Sudão manda as suas partidas em Benghazi, na Líbia, onde vivem a maioria dos refugiados sudaneses. A cidade tem se tornado um dos principais destinos dos fugitivos da guerra e tem se tornado a ‘casa’ da seleção sudanesa rumo à Copa do Mundo.
Segundo o jornalista africano Alasdair Howorth, o apoio dos torcedores tem sido importante “Dada a dimensão da diáspora sudanesa, especialmente na Líbia, essa seleção é vista por muitos como o time da África”. afirmou o jornalista.
Faltando duas rodadas o Sudão ainda sonha com a vaga na Copa do Mundo, porém vai precisar de uma combinação de resultados. A seleção sudanesa enfrenta a Mauritânia, em Benghazi e sai para decidir o seu futuro em um confronto direto contra a RD Congo.