O São Paulo está fora da Conmebol Libertadores. Na noite desta quinta-feira, diante de mais de 54 mil torcedores no Morumbis, o Tricolor perdeu por 1 a 0 para a LDU de Quito e se despediu da competição nas quartas de final. A equipe paulista até teve volume ofensivo, mas esbarrou no nervosismo, na falta de organização e na ausência de um centroavante de ofício para aproveitar as chances criadas. Medina marcou o gol que garantiu a classificação dos equatorianos em um contra-ataque fulminante.
Primeiro tempo marcado por ansiedade e desperdício
O São Paulo começou a partida acelerado, empurrado pelo apoio da torcida, mas sem a calma necessária para transformar o domínio territorial em vantagem no placar. Sem Calleri e André Silva, ambos lesionados, o técnico optou por uma formação mais leve no ataque, com Luciano e Rigoni se alternando na referência. Logo nos primeiros minutos, o Tricolor teve oportunidades claríssimas dentro da área, desperdiçadas pelos dois jogadores.
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A ansiedade do time paulista se refletiu também em erros simples de passe e movimentação no meio de campo. A LDU, por sua vez, adotou postura reativa, esperando os espaços para contra-atacar. Em uma rara subida ao ataque, os equatorianos aproveitaram uma sequência de falhas para abrir o placar: escanteio mal cobrado pelo São Paulo, transição rápida, lançamento longo para Medina e falha de Bobadilla no tempo de bola. Cara a cara com Rafael, o atacante não perdoou e fez 1 a 0.
Após o gol, a equipe brasileira sentiu o golpe. A precipitação aumentou, e as tentativas ofensivas passaram a ser mais individuais do que coletivas, facilitando a marcação adversária.
Mudanças no intervalo não surtiram efeito
Na volta do intervalo, o treinador são-paulino desmontou a linha de três zagueiros e promoveu alterações para dar mais profundidade ao time. Alan Franco deixou o campo para a entrada de Maílton, que assumiu a lateral direita, enquanto Rigoni passou a atuar mais centralizado. Bobadilla foi substituído por Dinenno, que virou a referência ofensiva que faltou na etapa inicial.
Apesar das mudanças táticas, o São Paulo seguiu desorganizado. O time insistiu em bolas alçadas e finalizações de média distância, mas sem coordenação nem precisão. A LDU, bem postada, controlou os espaços e administrou o resultado, ameaçando nos contra-ataques sempre que podia.
O nervosismo do Tricolor era evidente: passes apressados, cruzamentos sem endereço e pouca criatividade nas jogadas de infiltração. Nem mesmo as entradas de jogadores descansados no segundo tempo alteraram o panorama.
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Falta de gols pesa no momento decisivo
A eliminação para a LDU expôs um problema recorrente do São Paulo nesta temporada: a dificuldade em balançar as redes nos jogos grandes. Com o revés desta quinta-feira, a equipe completou três partidas consecutivas sem marcar. As ausências de Calleri e André Silva foram determinantes, mas também ficou claro que o time não conseguiu encontrar alternativas coletivas para compensar a falta de um goleador.
Nas duas partidas do confronto, tanto em Quito quanto no Morumbis, o São Paulo teve chances para mudar o destino da série, mas falhou na finalização. Contra adversários de nível continental, a eficiência é quase sempre o fator decisivo.
Foco agora no Campeonato Brasileiro
Eliminado da Libertadores e já fora da Copa do Brasil, resta ao São Paulo concentrar seus esforços no Campeonato Brasileiro. A equipe ocupa atualmente a sétima colocação, com 35 pontos em 24 jogos, dois a menos que o G-6, zona de classificação para a próxima edição da Libertadores. Para retornar ao torneio continental em 2026, o Tricolor precisa reagir rapidamente e transformar as lições da queda em rendimento dentro de campo.
O calendário, por outro lado, pode ser um aliado: com menos competições, há tempo para treinos, ajustes e recuperação dos lesionados. A volta dos centroavantes titulares e a reorganização do setor ofensivo serão prioridades para a reta final do campeonato nacional.
Noite de grande público, mas de frustração
Mais de 54 mil torcedores compareceram ao Morumbis (54.609 pagantes) e proporcionaram uma renda superior a R$ 8,3 milhões. O clima nas arquibancadas antes do jogo era de confiança, mas a decepção tomou conta ao fim dos 90 minutos. Mesmo com o apoio massivo, o São Paulo não conseguiu repetir suas melhores atuações recentes em casa.
O Morumbis, que já foi palco de grandes noites do Tricolor na Libertadores, viveu uma jornada amarga. Para o torcedor, restou o aplauso de incentivo ao final da partida, misturado a vaias e protestos pela eliminação.
