O Rio de Janeiro prepara-se para voltar ao mapa do automobilismo mundial com um projeto grandioso e moderno. O novo Autódromo de Guaratiba, anunciado oficialmente nesta quinta-feira (6) durante evento na Cidade das Artes, na capital fluminense, será um dos maiores e mais tecnológicos circuitos da América Latina.
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Com investimento estimado em R$ 1,3 bilhão, o empreendimento será totalmente financiado pela iniciativa privada e promete unir velocidade, sustentabilidade e infraestrutura de ponta. O espaço, que abrigará até 120 mil espectadores, será construído em uma área de mais de dois milhões de metros quadrados no Parque de Guaratiba, Zona Oeste do Rio.
O circuito terá 4,7 quilômetros de extensão, dez curvas e quatro retas, sendo duas principais paralelas, um traçado desenhado para privilegiar as ultrapassagens e oferecer alta velocidade média de 241 km/h, o que o torna um dos mais rápidos do mundo.
De acordo com os responsáveis pelo projeto, o autódromo segue as diretrizes FIA Grau 1 e FIM Grau A, o que o habilita a receber as principais categorias internacionais do automobilismo e do motociclismo, incluindo Fórmula 1, MotoGP e Indy.
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O traçado foi elaborado pelos mesmos especialistas que assinaram os circuitos de Mandalika (Indonésia) e Navarra (Espanha), enquanto a estrutura permanente será desenvolvida pela Populous, empresa global de design de arenas esportivas, conhecida por projetos como o circuito de Silverstone (Reino Unido) e a arena Sphere (Las Vegas, EUA).
“Com as instalações públicas e de espectadores, o local certamente se tornará um novo ícone esportivo voltado à experiência do público no Rio, contribuindo para revitalizar o automobilismo internacional na região”, afirmou Thiago Nunes, integrante da equipe da Populous.

Segundo o cronograma divulgado, as obras devem começar no primeiro trimestre de 2026, com duração estimada de dois anos. No entanto, o prefeito Eduardo Paes adota um tom mais prudente quanto ao prazo de entrega.
“É tudo recurso privado. Não tem um tostão de dinheiro público, do imposto que as pessoas pagam. Portanto, a gente acredita muito nos prazos. Estamos falando aqui de começar no primeiro trimestre de 2026. Eu, como sou sempre zeloso com prazos, imagino que em 2029 a gente vá ter esse autódromo pronto”, afirmou o prefeito.
Paes também destacou a ambição de trazer de volta a Fórmula 1 ao Rio de Janeiro, além de outras grandes competições internacionais:
“O desafio é não só resgatar o que já existiu no Brasil e o Rio perdeu, mas trazer também a Fórmula 1, a Motovelocidade, a Fórmula Indy… Pensar em todas as alternativas e hipóteses que pudermos ter a partir de 2029”, completou.
O Parque Autódromo de Guaratiba, aprovado por lei na Câmara dos Vereadores, contará com ligação direta ao sistema BRT, incluindo uma estação exclusiva para o público em dias de evento.
A proposta também prevê instalações sustentáveis, com sistemas de reuso e captação de água da chuva, iluminação em LED, telhados verdes e jardins de chuva para drenagem natural. A estrutura abrigará paddock, boxes, heliponto, estacionamento, lojas e camarotes, criando um ambiente multifuncional voltado à experiência do público e à viabilidade econômica do espaço.

O retorno de uma tradição carioca
O anúncio reacende a memória do antigo Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, que entre 1966 e 2012 foi palco de grandes momentos do automobilismo brasileiro, incluindo provas de Fórmula 1 nas décadas de 1970 e 1980.
Demolido em 2012 para dar lugar às instalações dos Jogos Olímpicos de 2016, o circuito deixou uma lacuna que agora o novo projeto busca preencher, e superar.
Com um traçado ousado, infraestrutura de primeiro mundo e metas sustentáveis, o Autódromo do Rio de Janeiro promete recolocar a cidade no cenário global do automobilismo e reviver a paixão pelas corridas que marcou gerações.
“O Rio voltará a ouvir o som dos motores, agora com um projeto moderno, sustentável e digno da história da cidade”, concluiu Eduardo Paes.
Com previsão de início das obras em 2026 e conclusão até 2028, o Autódromo de Guaratiba pode se tornar, em poucos anos, o novo palco das grandes emoções do esporte a motor no Brasil.









