Fim de uma era: Christian Horner não é mais chefe da Red Bull Racing. A equipe austríaca anunciou oficialmente, na manhã desta quarta-feira (9), a saída do dirigente que liderava o time desde sua estreia na Fórmula 1, em 2005. A decisão marca o encerramento de um dos ciclos mais vitoriosos da categoria, mas também escancara as fraturas internas que vinham corroendo os bastidores do time nos últimos anos.
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A queda de Horner foi construída em silêncio, entre investigações, deserções e resultados abaixo do esperado. Apesar do domínio em 2023 — quando venceu 21 das 22 etapas — a equipe enfrentou um 2024 turbulento, especialmente após a denúncia de “comportamento inapropriado” feita por uma funcionária. Mesmo inocentado por uma investigação interna, o episódio abalou a liderança do britânico e gerou rupturas dentro da estrutura da Red Bull.

Conflitos com Verstappen e o êxodo técnico
Após o escândalo, nomes de peso deixaram a equipe. Adrian Newey, arquiteto dos carros campeões, migrou para a Aston Martin. Jonathan Wheatley, então diretor-esportivo, rumou para a Sauber. Ao mesmo tempo, Horner passou a enfrentar resistência direta de Max Verstappen e Helmut Marko, que viam com desconfiança sua permanência. Em Silverstone, Jos Verstappen protagonizou uma discussão pública com Horner, o que aumentou a tensão no paddock.
O desgaste culminou na decisão da Red Bull de demitir Horner, que até então contava com o respaldo do braço tailandês da companhia.
“Gostaríamos de agradecer a Christian Horner pelo excepcional trabalho ao longo dos últimos 20 anos”, declarou Oliver Mintzlaff, diretor-executivo da Red Bull. “Com comprometimento incansável, expertise e pensamento inovador, ele foi fundamental para estabelecer a Red Bull Racing como uma das mais bem-sucedidas equipes da Fórmula 1.”
Para o lugar de Horner, a Red Bull promoveu Laurent Mekies, ex-Ferrari e até então líder da Racing Bulls. Com isso, Alan Permane assume a chefia da equipe de Faenza, consolidando uma reformulação em cadeia dentro do grupo.

“Foi uma aventura incrível contribuir com o nascimento da Racing Bulls”, comentou Mekies. “Mas acredito que este é apenas o início. O espírito da equipe é incrível, e Alan é o homem certo para continuar esse caminho.”
A temporada 2025 tem sido decepcionante para a Red Bull. Apesar das vitórias isoladas de Verstappen, o carro não tem apresentado desempenho suficiente para brigar pelo título. A equipe também fracassou em encontrar um segundo piloto competitivo: Liam Lawson foi descartado após apenas duas corridas, e Yuki Tsunoda ainda não convenceu.

Com o GP da Bélgica programado para os dias 25 a 27 de julho, em Spa-Francorchamps, a Red Bull inicia uma nova era. A permanência de Verstappen, no entanto, está atrelada aos rumos que a equipe tomará a partir daqui. A demissão de Horner pode ser o primeiro passo para apaziguar os bastidores — ou o início de uma reconstrução ainda mais profunda.