Sob o céu cinzento de Silverstone e com a chuva como personagem principal, Lando Norris conquistou, neste domingo (06), sua primeira vitória em casa na Fórmula 1, após uma corrida tumultuada, imprevisível e repleta de reviravoltas. O britânico da McLaren soube sobreviver ao drama da pista molhada, aos safety cars e a uma punição imposta ao companheiro Oscar Piastri, que terminou em segundo. Nico Hulkenberg, aos 37 anos, completou o pódio de forma histórica — seu primeiro em 15 anos de carreira e 239 GPs disputados.
LEIA TAMBÉM: Mercedes intensifica conversas com Verstappen e pode garantir tetracampeão para 2026
A largada já prenunciava o caos: com a pista em transição entre seca e molhada, seis pilotos decidiram trocar pneus ainda no alinhamento. Entre eles, Gabriel Bortoleto, calouro da Sauber, que largou com pneus macios, mas abandonou ainda na volta 5 após rodar e bater na curva 2 — sua primeira experiência com a pista molhada na F1 terminou cedo.
No pelotão da frente, Max Verstappen largou bem e manteve a liderança, mas a ascensão de Piastri foi fulminante. O australiano assumiu a ponta na volta 8 após bela ultrapassagem e parecia caminhar para a vitória, até ser punido em 10 segundos por reduzir demais atrás do safety car — manobra que quase causou colisão com Verstappen, que também rodaria pouco depois.
A punição foi o passaporte para o sonho de Norris: com a penalidade a Piastri, ele herdou a liderança e administrou com firmeza até a bandeirada final.
“É o que eu sempre quis. Ganhar aqui, em casa, com minha família e a torcida me empurrando — não tem nada igual”, declarou o britânico visivelmente emocionado.

Mas se o topo do pódio teve sabor de redenção, o destaque emocional da corrida foi Nico Hulkenberg. Largando apenas em 19º, o alemão da Sauber fez uma prova de recuperação impecável. Ganhou oito posições na largada, sobreviveu às confusões da pista molhada e, beneficiado por abandonos e escolhas certeiras nos boxes, segurou Lewis Hamilton nas voltas finais mesmo com pneus mais desgastados.
“É surreal. Esperei por isso por 15 anos. Ouvi muita coisa nesses anos todos. Hoje, tudo valeu a pena,” declarou Hulkenberg, visivelmente comovido. Com o resultado, ele encerra o maior jejum da história da Fórmula 1 sem um pódio — feito que pertencia, até então, a Adrian Sutil.
Entre abandonos e erros, cinco carros não viram a bandeira quadriculada. Verstappen, que chegou a ocupar o pódio, perdeu o controle, caiu para nono e recuperou até o quinto lugar. Hamilton, embora tenha flertado com o pódio, terminou apenas em quarto, ficando fora do top 3 correndo em casa pela primeira vez em dez anos.

Classificação final:
- Lando Norris (McLaren) – 1h37min15s735
- Oscar Piastri (McLaren) – +6s812
- Nico Hulkenberg (Sauber) – +34s742
- Lewis Hamilton (Ferrari)
- Max Verstappen (RBR)
- Pierre Gasly (Alpine)
- Lance Stroll (Aston Martin)
- Alexander Albon (Williams)
- Fernando Alonso (Aston Martin)
- George Russell (Williams)
Abandonaram: Gabriel Bortoleto, Kimi Antonelli, Isack Hadjar, Liam Lawson e Franco Colapinto.
A Fórmula 1 retorna no dia 20 de julho com o GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, circuito igualmente imprevisível e desafiador. Após Silverstone, fica claro: em 2025, nada é previsível — nem mesmo quem finalmente alcançará a glória.