No reencontro com o torcedor santista após lesão, Neymar entrou no segundo tempo, criou duas boas chances, exigiu boas defesas do goleiro adversário, converteu sua cobrança na disputa de pênaltis, mas viu o Santos ser eliminado da Copa do Brasil pelo CRB, no estádio Rei Pelé, em Maceió. A frustração do camisa 10 transbordou após o apito final. Em entrevista à beira do gramado, o craque foi direto: o Santos precisa mais do que seu brilho individual para sair da crise.
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“Mas não pode depender só de mim”, declarou. A fala ecoou forte nos bastidores do clube.
Um retorno com gosto amargo
Depois de mais de um mês afastado por lesão, Neymar retornou à ativa com a expectativa de mudar o destino do Santos na Copa do Brasil. Mas o jogo terminou 0 a 0 e foi decidido nos pênaltis. Neymar marcou o seu, mas o Peixe foi eliminado por 5 a 4. A frustração foi generalizada.
“Eu sei que comigo dentro de campo as coisas são diferentes. Em 20 ou 25 minutos eu posso fazer a diferença. Eu sei que posso ajudar meus companheiros. Primeiro jogo que eu voltei depois de um longo tempo. Mas não pode depender só de mim. Todo mundo sabe da situação que a gente tá e a gente precisa de todos os jogadores para sair dessa situação”.
Futuro indefinido e poucas palavras
Questionado sobre a renovação de contrato, Neymar despistou.
“Não sei ainda, não sei”, disse, em tom vago, deixando a possibilidade de despedida em aberto.
O contrato do jogador vai até 30 de junho, e o CEO do clube, Pedro Martins, afirmou que espera convencê-lo a renovar. No entanto, Neymar exige mais estrutura, responsabilidade compartilhada e um projeto claro de reestruturação.
Críticas nas redes sociais
Aliados de Neymar também se manifestaram. Guilherme Pitta, amigo e conselheiro do jogador, criticou duramente a gestão santista nas redes sociais, dizendo que o clube “não tem jogadores, diretores ou presidente capacitados para sair da situação em que se encontra”. As declarações geraram desconforto interno.

“É todo mundo que tem que querer. Precisa treinar, precisa se dedicar, precisa correr. Eu vou dar o meu máximo, mas sozinho não dá”, disse Neymar.
O peso do símbolo
O retorno de Neymar foi visto como um possível novo capítulo na história do Santos, mas rapidamente ficou claro que o clube depende demais de seu talento individual, e que o entorno não tem correspondido em campo.

Apesar de demonstrar lampejos de genialidade, Neymar está visivelmente isolado em um time tecnicamente limitado.
Três jogos para decidir tudo
Faltam três partidas até o fim do contrato com o clube. O próximo desafio será contra o Vitória, decisivo na luta contra o rebaixamento. Ao mesmo tempo, o jogador lida com críticas sobre seu envolvimento em outros projetos, como a Kings League Brasil, o que levanta dúvidas sobre seu foco.
Um desfecho aberto
A permanência de Neymar depende de múltiplas variáveis: reforços, mudança de mentalidade interna e um projeto ambicioso. Por enquanto, o camisa 10 segue cobrando, jogando e deixando o futuro em aberto.
“Primeiro jogo que eu voltei depois de um longo tempo. Eu sei que posso ajudar. Mas não pode depender só de mim”, reforçou.
A Vila Belmiro ainda o aplaude, mas com menos esperança. O retorno de Neymar, sonhado como salvação, pode terminar como mais uma história inconclusa do clube que tenta, sem sucesso, reencontrar sua grandeza.